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Ativistas ocupam prédio da Universidade de Colúmbia para protestar contra guerra em Gaza

Jovens com os rostos cobertos quebraram janelas e bloquearam as entradas do edifício com mesas

Estudantes em uma manifestação pró-palestina nos jardins da Universidade de Colúmbia, em Nova York, no dia 29 de abril de 2024 (Ana FERNÁNDEZ/AFP)

Estudantes em uma manifestação pró-palestina nos jardins da Universidade de Colúmbia, em Nova York, no dia 29 de abril de 2024 (Ana FERNÁNDEZ/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 30 de abril de 2024 às 15h52.

Última atualização em 30 de abril de 2024 às 16h03.

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Manifestantes da Universidade de Colúmbia ocuparam um prédio do campus na manhã desta terça-feira, 30, intensificando o confronto com as autoridades universitárias, à medida que os protestos pró-palestinos continuam em muitas outras unidades de ensino superior nos Estados Unidos.

A ocupação do Hamilton Hall, na prestigiada instituição de Nova York, ocorreu horas depois que as autoridades de Colúmbia anunciaram o início da suspensão de estudantes por não cumprirem uma ordem de retirada do acampamento que haviam montado nos jardins do campus.

Jovens com os rostos cobertos quebraram janelas e bloquearam as entradas do edifício com mesas de metal, segundo imagens compartilhadas nas redes sociais.

"Após 206 dias de genocídio e mais de 34 mil mártires palestinos, membros da comunidade de Colúmbia recuperaram Hamilton Hall pouco depois da meia-noite", afirmou o grupo em comunicado. Eles também renomearam o edifício como "Hind's Hall", em homenagem a uma menina de 6 anos morta na ofensiva israelense contra o grupo islamista palestino Hamas na Faixa de Gaza.

Os manifestantes declararam que permanecerão no prédio até que suas exigências sejam cumpridas, uma delas, que a universidade desfaça todo o envolvimento financeiro ligado a Israel.

A instituição rejeitou tal demanda e na segunda-feira, a reitora Minouche Shafik afirmou que as negociações com os estudantes "não conseguiram chegar a um acordo".

A ocupação do edifício foi condenada pelo presidente Joe Biden, que nos últimos dias pediu a garantia da liberdade de expressão dos estudantes, mas exigiu que fossem evitados atos de antissemitismo.

"O presidente acredita que tomar um edifício do campus à força é absolutamente a abordagem errada", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby. "Não é um exemplo de protesto pacífico", acrescentou.

Manifestações da costa leste à oeste

Os protestos se expandiram por instituições de ensino superior da costa leste à oeste. Muitas montaram acampamentos nos gramados dos campi depois que cerca de 100 manifestantes foram presos pela primeira vez em Colúmbia, no dia 18 de abril.

Na Universidade do Texas, em Austin, a polícia entrou em confronto com manifestantes na segunda-feira, no qual fizeram o uso de spray de pimenta e prenderam ativistas enquanto desmantelavam um acampamento. Ao todo, mais de 350 pessoas foram detidas em todo o país no fim de semana.

O alto comissário das Nações Unidas para os direitos humanos, Volker Turk, expressou nesta terça-feira sua preocupação com as duras medidas tomadas para dispersar os protestos, afirmando que "a liberdade de expressão e o direito à reunião pacífica são fundamentais para a sociedade".

Na segunda-feira, a reitora da Universidade de Colúmbia relatou que "muitos de nossos estudantes judeus, e também outros, acharam a atmosfera intolerável nas últimas semanas. Muitos deixaram o campus e isso é uma tragédia".

Organizadores dos protestos negam as acusações de antissemitismo, argumentando que suas ações são dirigidas ao governo israelense e à forma como lida com o conflito em Gaza.

A guerra eclodiu com o ataque sem precedentes do Hamas a Israel em 7 de outubro, que deixou 1,17 mil mortos, a maioria civis, segundo um balanço da AFP com dados oficiais israelenses.

Em resposta, Israel matou pelo menos 34.535 pessoas em Gaza, majoritariamente mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde do território administrado pelo grupo islamista.

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