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Ativistas marcham por desaparecidos no Paquistão

Manifestantes exigiam justiça para entes queridos desaparecidos, que foram sequestrados por forças de segurança durante o conflito contra insurgentes

Apoiadores do partido religioso Sunni Tehreek durante uma manifestação em que pedem uma operação militar contra o Taleban, em Lahore  (Mohsin Raza/Reuters)

Apoiadores do partido religioso Sunni Tehreek durante uma manifestação em que pedem uma operação militar contra o Taleban, em Lahore (Mohsin Raza/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 28 de fevereiro de 2014 às 17h27.

Islamabad - Um grupo de ativistas da região do Baluquistão se prepara para concluir uma marcha de protesto de 3 mil quilômetros por território paquistanês com uma manifestação na capital Islamabad nesta sexta-feira. Os manifestantes exigiam justiça para entes queridos desaparecidos, que, segundo eles, foram sequestrados por forças de segurança durante o conflito contra insurgentes.

Em torno de 100 manifestantes chegaram a Islamabad, encerrando uma caminhada que havia começado em 27 outubro em Quetta, capital de província do Baluquistão paquistanês, disse o ativista de direitos humanos Maryam Kunwar. Os manifestantes carregavam fotos de parentes desaparecidos com legendas com seus nomes e as datas em que desapareceram, pedindo ao governo que encontre seus parentes e os leve a julgamento, caso eles estejam sendo acusados de algum crime. "Dêem a eles justiça. Dêem a eles um julgamento justo", afirmou Kunwar, um membro da Aliança da Juventude do Paquistão que acompanhou os manifestantes.

A polícia encontrou os manifestantes na sexta-feira e prometeu que eles não seriam feridos em Islamabad. Eles planejam protestar na capital paquistanesa também no sábado.

Há dois anos, a organização "Voz para as Pessoas Desaparecidas de Baluch" entregou às Nações Unidas uma lista com 12 mil nomes de pessoas que teriam desaparecido no conflito. Mama Qadeer Baloch, de 70 anos, que organizou o protesto, disse que o número cresceu para 18 mil desde então, embora muitos no Paquistão afirmem que a quantidade de desaparecidos é muito menor.

Os ativistas disseram que as forças paquistanesas detiveram integrantes de seu povo por anos sem levá-los a julgamento, por vezes matando-os e jogando seus corpos no deserto. O governo nega as denúncias, dizendo que muitos dos desaparecidos eram criminosos na clandestinidade, haviam se juntado ou sido raptados por grupos militantes.

O primeiro-ministro do país, Nawaz Sharif, prometeu resolver a questão das pessoas desaparecidas após assumir o cargo no ano passado. Ele e a Suprema Corte instauraram comissões para investigar os casos, embora nenhuma delas tenha feito muito progresso. O porta-voz do governo do Baluquistão Jan Mohammad Buledi disse que o governo está muito preocupado com o problema e tentando ajudar as famílias. "Já é um êxito que na época atual pelo menos o abandono de corpos mutilados parou."

O porta-voz do grupo paramilitar paquistanês Frontier Corps, acusado por muitos dos desaparecimentos, não respondeu a pedidos de entrevista. Fonte: Associated Press.

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