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Três ativistas do PKK são encontradas mortas em Paris

Vítimas foram encontradas durante a madrugada no interior do edifício que abriga o órgão, de caráter cultural, e apresentavam disparos na cabeça


	Paris: o presidente do Instituto Curdo de Paris, Kendel Nezal, disse que tem certeza de que se trata de um assassinato político
 (Franck Prevel/Getty Images)

Paris: o presidente do Instituto Curdo de Paris, Kendel Nezal, disse que tem certeza de que se trata de um assassinato político (Franck Prevel/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2013 às 21h43.

Paris - A execução de três ativistas vinculadas ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), mortas a tiros em um centro cultural de Paris, causou grande comoção entre esta comunidade francesa nesta quinta-feira e muitas perguntas sobre um ato provavelmente vinculado ao recente diálogo com o governo turco.

As três assassinadas são Sakine Cansiz, membro-fundadora do PKK; Didan Dogan, representante da França no Congresso Nacional do Curdistão e empregada do Centro de Informação do Curdistão de Paris, onde ocorreu o crime; e Leyla Soylemez, apresentada como uma jovem ativista.

As vítimas foram encontradas durante a madrugada no interior do edifício que abriga o órgão, de caráter cultural - embora diretamente relacionado com o PKK -, e apresentavam disparos na cabeça.

A polícia suspeita que os assassinatos podem ter sido cometidos na tarde de quarta-feira, quando sabe-se que as três vítimas estavam no local. Não foram encontramos sinais de arrobamento.

O ministro de Interior do país, Manuel Valls, foi ao local no início da manhã e disse à imprensa que as três mulheres tinham sido "executadas", e que era um "fato grave, totalmente inaceitável".

Valls não quis especular sobre o que pode ter causado o ataque porque a "investigação para esclarecer o fato acabou de começar", mas insistiu sobre a "determinação das autoridades francesas" a esclarecer o crime.


A investigação será feita pela Subdireção Antiterrorista da Polícia Judiciária (SDAT) e pela Brigada Anti-Criminal (BAC), que trabalharão sob a direção da Procuradoria Antiterrorista do Tribunal de Paris.

Segundo uma pessoa próxima às vítimas citada pela emissora "France Info", duas delas eram vigiadas pelos serviços secretos franceses por suas atividades políticas.

Antes da chegada do ministro francês ao Centro de Informação do Curdistão, já havia cerca de 200 curdos concentrados na frente do local - contidos por grande desdobramento policial -, que carregavam bandeiras com o rosto do líder do PKK, Abdullah Öcalan, preso na Turquia.

Os manifestantes gritavam palavras de ordem como "Revanche", "Todos Somos PKK", e alguns inclusive acusavam a Turquia pelo crime e a França de ser cúmplice.

Seguindo essa linha, o responsável da Federação de Associações do Curdistão na França, Leon Edart, disse à Agência Efe que "é uma execução da Turquia, nosso único inimigo", e lamentou que este fato tivesse ocorrido "em um momento em que falamos de paz".

O presidente do Instituto Curdo de Paris, Kendel Nezal, disse que tem certeza de que se trata de um assassinato político e que provavelmente está relacionado com o diálogo entre as autoridades turcas e Öcalan, mas em declarações à "France Info" se mostrou menos taxativo sobre a autoria.

Nezal se limitou a especular sobre a possibilidade de que se trata de uma ação de extremistas porque "por outro lado há gente que se opõe a essa evolução das coisas".

Uma alusão ao princípio de acordo sobre o fim das hostilidades que, segundo algumas filtragens, o governo turco e o líder histórico do PKK chegaram.

A retirada dos corpos das três mulheres pouco antes do início da tarde gerou uma grande comoção entre os curdos concentrados no local, que depois iniciaram uma manifestação pelas ruas adjacentes.

A comunidade curda na França é composta por entre 150 mil e 200 mil pessoas.

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