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Ativistas comemoram medidas de Obama sobre imigração

Ainda assim, eles agora exigem que o Congresso cumpra sua parte e aprove a reforma integral


	Jovens imigrantes nos EUA: mais de 2 milhões foram deportados
 (Joe Raedle/AFP)

Jovens imigrantes nos EUA: mais de 2 milhões foram deportados (Joe Raedle/AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de novembro de 2014 às 07h10.

Washington - Dezenas de grupos de defesa dos direitos civis e ativistas sobre a questão da imigração de todos os Estados Unidos apoiaram nesta quinta-feira as medidas do presidente, Barack Obama, e agora exigem que o Congresso cumpra sua parte e aprove a reforma integral, estagnada desde 2013.

As principais organizações, que durante anos realizaram protestos por todo o país para exigir uma solução para os mais de 11 milhões de imigrantes ilegais, comemoraram hoje o passo dado pelo presidente para superar o bloqueio republicano, mas deixaram claro que não renunciam à reforma completa.

O pacote de medidas unilaterais de Obama regulariza mais de 5 milhões de imigrantes ilegais, a maioria pais com filhos que são cidadãos ou têm permissão de residência permanente no país. É a maior ação deste tipo desde a decretada em 1986 pelo então presidente republicano, Ronald Reagan.

"A ação de hoje é uma vitória do presidente, uma vitória de milhões de famílias e trabalhadores, uma vitória de nosso país e uma vitória do bom senso", defendeu a presidente do Conselho Nacional da Raça e influente líder da comunidade latina, Janet Murguía.

Nove meses atrás, Janet fez uma das críticas mais contundentes da comunidade hispânica contra Obama: em uma importante entrega de prêmios, o chamou de "deportador em chefe" pelo número recorde de imigrantes expulsos do país durante seu mandato, que somam mais de 2 milhões.

Hoje, no entanto, investiu contra os republicanos ao opinar que "aqueles que dizem que lutarão com unhas e dentes contra esta ação devem saber que não estão buscando uma luta contra o presidente".

"Estão buscando uma luta contra milhões de famílias americanas que terão certo alívio, apesar de os extremistas do Congresso terem desperdiçado a melhor oportunidade que o nosso país teve, em décadas, para resolver este assunto", acrescentou, ao se referir à reforma migratória.

Obama decidiu agir unilateralmente na questão migratória depois de esperar por um ano que os republicanos desbloqueassem, no Congresso, sua reforma aprovada pelo Senado em junho de 2013 e prometida desde a campanha de 2008.

"Agora cabe ao Congresso fazer seu trabalho e aprovar uma reforma que perdure no tempo", considerou o presidente da Human Rights Campaign, Chade Griffin, em nota.

A decepção para os ativistas em relação ao plano de Obama é que o mesmo excluí os pais dos jovens que chegaram ao país ilegalmente quando crianças, conhecidos como "dreamers" (sonhadores).

A DREAM Action Coalition manifestou sua "alegria" por aqueles que poderão sair das sombras com as medidas do presidente, mas ressaltou sua preocupação com "aqueles que ficaram fora".

A diretora-executiva da MomsRising, Kristin Rowe-Finkbeiner, lembrou que quase 75% dos imigrantes ilegais do país são mulheres e crianças e apontou que agora cabe ao Congresso "seguir a liderança de Obama" e aprovar medidas completas e permanentes.

Em declarações à Agência Efe em uma manifestação em frente à Casa Branca, o diretor da organização de defesa dos direitos dos imigrantes Casa de Maryland, Gustavo Torres, comemorou as medidas de Obama como "o resultado da luta do movimento que criamos há 20 anos".

Também apoiaram as medidas do presidente os grupos Asian Americans Advancing Justice, Define American, Labor Council for Latin American Advancement (LCLAA), Leadership Conference on Civil and Human Rights, League of United Latin American Citizens (Lulac), Mi Familia Vota, MomsRising, NAACP, National Action Network, National Coalition on Black Civic Participation (NCBCP), National Urban League, Rock the Vote e Voto Latino.

As medidas de Obama regularizam cerca de metade dos 11,3 milhões de imigrantes ilegais que vivem no país, segundo os cálculos do governo, dos quais a maioria são latino-americanos e mais da metade mexicanos. 

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