A recusa da Turquia em libertá-lo implicou a abertura de um processo de infração (AFP/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 9 de outubro de 2023 às 15h28.
Osman Kavala, um ativista preso na Turquia e na mira do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, recebeu, nesta segunda-feira, 9, o prêmio Vaclav Havel de direitos humanos do Conselho da Europa.
"Estou muito triste por ele não estar entre nós para receber este prêmio tão importante", disse sua esposa, Ayse Bugra Kavala, ao recebê-lo das mãos do presidente da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, Tiny Kox, em Estrasburgo (nordeste da França).
O empresário e filantropo, de 66 anos, está detido há seis anos acusado de ter "tentado derrubar o governo" de Erdogan ao financiar as manifestações antigovernamentais do chamado "movimento Gezi" em 2013.
Kavala sempre negou as acusações e, durante seu julgamento, denunciou um "assassinato judicial" e a influência do chefe de Estado turco na Justiça.
No final de setembro, o Tribunal de Cassação turco confirmou sua sentença de prisão perpétua, apesar de o Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH), braço judicial do Conselho da Europa, ter decidido em 2019 que sua detenção era contrária à Convenção Europeia sobre Direitos Humanos e pedido sua libertação.
A recusa da Turquia em libertá-lo implicou a abertura de um processo de infração, que poderá levar à sua expulsão desta organização, que não está ligada à União Europeia (UE) e que reúne 46 países desde a exclusão, no ano passado, da Rússia após a invasão da Ucrânia.