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Atentado perto de embaixada americana em Cabul deixa cinco mortos

O atentado, o mais recente de uma série na capital do Afeganistão, foi reivindicado pelos talibãs afegãs

Há três meses, a explosão de um caminhão-bomba no bairro diplomático deixou 150 mortos e 400 feridos, a maioria civis (Omar Sobhani/Reuters)

Há três meses, a explosão de um caminhão-bomba no bairro diplomático deixou 150 mortos e 400 feridos, a maioria civis (Omar Sobhani/Reuters)

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AFP

Publicado em 29 de agosto de 2017 às 13h12.

Um ataque executado por um homem-bomba em uma rua comercial próxima à embaixada dos Estados Unidos no centro de Cabul deixou cinco mortos e vários feridos nesta terça-feira (29) - anunciaram autoridades afegãs.

O atentado, o mais recente de uma série na capital do Afeganistão, foi reivindicado pelos talibãs afegãs. Há três meses, a explosão de um caminhão-bomba no bairro diplomático deixou 150 mortos e 400 feridos, a maioria civis.

"Às 10h (2h30 de Brasília), um homem-bomba detonou os explosivos perto de um banco, próximo da praça Massud", declarou à AFP o porta-voz do Ministério afegão do Interior, Najib Danish.

"O último balanço do ataque terrorista de hoje é de cinco mortos, incluindo um guarda de segurança, e oito civis feridos", completou.

A explosão aconteceu no momento em que várias pessoas seguiam para o banco para receber o salário antes da grande festa muçulmana do Eid.

Muitos oficiais das forças de segurança e funcionários do governo recebem seu salário no Kabul Bank.

O ataque ocorreu em uma rua comercial muito movimentada que termina na praça Massud, perto da embaixada dos Estados Unidos, no bairro das representações diplomáticas. O local da explosão estava cheio de destroços e de sangue, constatou a AFP.

"Estava dirigindo quando ouvi um grande 'bum'. A explosão foi tão forte que quebrou os vidros do meu carro. Vi pessoas que gritavam e choravam perto do banco", declarou uma testemunha à AFP.

Os talibãs reivindicaram o ataque por meio do Twitter de seu porta-voz. Nos últimos tempos, os insurgentes lançaram uma sequência de ataques violentos.

O atentado aconteceu poucos dias depois do discurso do presidente americano, Donald Trump, abrindo caminho para o envio de mais soldados ao Afeganistão. A decisão dos EUA foi comemorada pelas autoridades afegãs.

Após o anúncio de Washington, os talibãs, que exigem a retirada total das tropas internacionais do país, prometeram que o Afeganistão se transformará em um "novo cemitério" para os americanos.

Já o Paquistão viu com maus olhos algumas das declarações de Trump, que acusou o país de ser "refúgio para os agentes do caos, da violência e do terror".

Islamabad reagiu, adiando a visita prevista para segunda-feira da diplomata americana Alice Wells, enviada para a Ásia Central e Meridional. O Paquistão também anunciou discussões com o enviado chinês para os assuntos afegãos. A China expressou abertamente seu apoio a seu parceiro e vizinho Paquistão, após as acusações de Trump.

A população afegã termina pagando o preço mais alto do conflito, deflagrado com a invasão dos Estados Unidos há 16 anos para expulsar os talibãs do poder.

Analistas consideram que a estratégia de Trump pode fortalecer a determinação dos insurgentes e provocar ainda mais mortes de civis.

Desde o fim da missão de combate da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no país, o Exército e a Polícia afegãs têm dificuldades para enfrentar os insurgentes, ao mesmo tempo em que precisam combater a presença cada vez maior do grupo extremista Estado Islâmico.

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