Mundo

Atentado na Nigéria durante jogo do Brasil deixa 21 mortos

Ao menos 21 pessoas morreram na noite de ontem em um atentado contra o local onde assistiam a partida do Brasil na Copa

Local da explosão de um carro-bomba na Nigéria: atentado ainda não foi reivindicado (AFP)

Local da explosão de um carro-bomba na Nigéria: atentado ainda não foi reivindicado (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2014 às 13h02.

Kano - Ao menos 21 pessoas morreram na noite desta terça-feira na Nigéria em um atentado contra o local onde assistiam a uma partida do Mundial de Futebol, esporte considerado uma perversão ocidental pelo grupo islamita Boko Haram.

Este atentado, que não foi reivindicado, é o último de uma longa série de ataques quase diários atribuídos ao grupo islamita armado, que mantém 219 adolescentes como reféns desde meados de abril.

Segundo os habitantes de Damaturu, capital do Estado de Yobe (norte), a bomba estava escondida em um pequeno veículo situado em frente ao centro de transmissão da partida, onde muitos torcedores estavam reunidos acompanhando a partida do Brasil contra o México em um telão.

A explosão ocorreu às 20h15 locais (16h15 de Brasília), apenas 15 minutos após o início desta partida em Fortaleza, indicou o chefe de polícia do estado de Yobe, Sanusi Ruf'ai.

"Recebemos 21 cadáveres e 27 feridos", declarou uma fonte do hospital Sani Abacha, que informou que entre as vítimas, levadas pelo exército e pela polícia, encontram-se "homens jovens e crianças".

Um primeiro balanço na noite de terça-feira informava apenas sobre vários feridos.

Futebol, perversão ocidental

Até o momento, não se sabe quem foram os autores desta explosão, embora as suspeitas apontem para o Boko Haram, a quem são atribuídos outros ataques similares contra centros de transmissão de futebol e contra recintos esportivos.

Mais de 40 pessoas morreram no nordeste do país no dia 1 de junho pela explosão de uma bomba em um estádio de futebol, pouco depois de uma partida.

Em abril, homens armados mataram duas pessoas em um ataque em Potiskum, outra cidade do estado de Yobe, quando assistiam a uma partida das quartas de final da Liga dos Campeões.

O líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, descreveu em várias ocasiões o futebol como uma perversão ocidental que busca afastar os muçulmanos da religião.

O futebol é o esporte nacional na Nigéria, onde a população segue com fervor as partidas.

A Copa do Mundo do Brasil deveria reunir durante as partidas muitos nigerianos, que apoiam as Super Águias, a equipe nacional vencedora da última Copa Africana de Nações. No entanto, muitos torcedores decidiram permanecer em casa por precaução.

Após os recentes ataques, os estados de Adamawa (nordeste) e de Plateau (centro) decidiram fechar os centros, que transmitiam as partidas de futebol em telões, por motivos de segurança.

As ações do grupo se intensificaram após o sequestro das adolescentes, no dia 14 de abril em Chibok (nordeste).

Os ataques do Boko Haram, cujo nome significa "A educação ocidental é um pecado", deixaram mais de 2.000 mortos neste ano na Nigéria, onde foi decretada em maio de 2013 a lei marcial nos estados de Adamawa, Borno (reduto do Boko Haram) e Yobe.

Vários países do leste da África também temem ataques durante a transmissão das partidas do Mundial do Brasil, desta vez por parte dos islamitas somalis shebab, vinculados à Al-Qaeda.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaAtaques terroristasCopa do MundoEsportesFutebolMortesNigériaTerrorismo

Mais de Mundo

Venezuela: entenda por que a comunidade internacional desconfia de vitória de Maduro

Milei diz que Argentina "não reconhecerá outra fraude” na Venezuela

Mulher rouba mais de US$ 100 milhões de militares dos EUA

Enquanto CNE dá vitória a Maduro, oposição da Venezuela fala que não teve acesso a apuração de votos

Mais na Exame