O presidente americano: após as declarações de Obama, diretor de centro antiterrorista pediu que uma coalizão internacional seja mobilizada (Saul Loeb/AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2014 às 17h24.
Washington - Por mais temível que seja, o Estado Islâmico não é invencível e foi fortemente atingido pelos ataques aéreos realizados no norte do Iraque, afirmou nesta quarta-feira um dos diretores dos serviços de antiterrorismo americanos.
"Com uma ampla coalizão integrada por aliados internacionais, temos os meios de derrotar o Estado Islâmico", considerou Matthew Olsen, diretor do Centro Nacional Antiterrorista, afirmando que não há informações concretas sobre um projeto de atentado do EI contra os Estados Unidos.
Para enfrentar o EI, que reivindicou o assassinato de dois jornalistas americanos e ameaça matar um refém britânico, o secretário de Estado americano John Kerry e o de Defesa, Chuck Hagel, tentarão definir as características desta coalizão em discussões com seus parceiros durante a cúpula da Otan, que acontecerá na quinta e sexta-feira no País de Gales.
O EI tem sido alvo de uma série de ataques aéreos lançados pelos Estados Unidos no norte do Iraque desde 8 de agosto. "Graças ao êxito destes ataques, o EI está perdendo armas, integrantes e território", considerou Olsen.
Os jihadistas são "vulneráveis às operações militares coordenadas e eficazes dos Estados Unidos", garantiu.
Olsen considerou que é importante colocar em perspectiva as ameaças do Estado Islâmico, ao considerar que os militantes são perigosos, mas que não representam uma ameaça como a da Al-Qaeda antes dos ataques de 11 de setembro de 2001.
"O EI não é a Al-Qaeda pré-11 de Setembro", declarou. "Neste momento, não temos informações de que o grupo estaria planejando atacar os Estados Unidos". ressaltou.
Após as declarações de Barack Obama, Olsen pediu que uma coalizão internacional seja mobilizada após o anúncio do assassinato de Steven Sotloff na terça-feira.
Sotloff e o também jornalista James Foley, executado no mês passado, foram decapitados por jihadistas do grupo extremista e as mortes foram divulgadas em vídeos divulgados na internet.
"Quando, em qualquer parte do mundo, terroristas assassinam nossos cidadãos, o governo dos Estados Unidos faz com que, cedo ou tarde, prestem contas. Aqueles que assassinaram James Foley e Steven Sotloff na Síria deveriam saber que os Estados Unidos também farão com que prestem contas, não importa o tempo que levar", afirmou em um comunicado do chefe da diplomacia americana.
Duas semanas depois da divulgação do vídeo que mostra a decapitação de James Foley, o EI cumpriu a ameaça de matar Steven Sotloff.
Sotloff, de 31 anos, havia sido sequestrado em agosto de 2013 na Síria.