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Ataques russos abalam Odessa durante visita de Zelensky e premiê grego

Cinco pessoas morreram no ataque, mas líderes e seus assessores saíram ilesos

Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky e premier da Grécia, Kyriakos Mitsotakis caminham por área residencial destruída de Odessa (Serviço de Imprensa da Presidência da Ucrânia/Divulgação)

Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky e premier da Grécia, Kyriakos Mitsotakis caminham por área residencial destruída de Odessa (Serviço de Imprensa da Presidência da Ucrânia/Divulgação)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 6 de março de 2024 às 16h24.

A Rússia bombardeou Odessa, nesta quarta-feira, 6, durante uma visita a esse porto no sul da Ucrânia do primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, e do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, um ataque que deixou cinco mortos.

"No final [da visita] ouvimos o som de sirenes antiaéreas e explosões muito perto de nós. Não tivemos tempo de nos refugiar", disse Mitsotakis, que se referiu ao ocorrido como uma "experiência impressionante".

Para os russos, “não importa se [os alvos] são militares ou civis”, declarou Zelensky.

"Confirmamos o ataque contra as infraestruturas portuárias da cidade de Odessa. Confirmamos a morte de cinco pessoas. Há também feridos", informou à AFP o porta-voz da Marinha ucraniana, Dmytro Pletenchuk.

O Ministério da Defesa da Rússia reivindicou um ataque com mísseis que atingiu “um hangar em uma zona portuária comercial de Odessa onde estavam sendo preparados veículos de superfície não tripulados para seu uso em combate por parte das forças armadas ucranianas”.

Kiev, por sua vez, intensifica suas ações na retaguarda russa, com o suposto assassinato, nesta quarta-feira, no território ocupado de Berdiansk, de uma funcionária eleitoral que colaborava com as autoridades russas, morta na explosão de seu carro.

Segundo os investigadores, “um artefato explosivo caseiro foi colocado sob o veículo”.

O responsável local da ocupação russa nessa região do sul da Ucrânia, Evgueni Balitski, denunciou no Telegram “um ato terrorista” e uma “tentativa de intimidação” a uma semana das eleições presidenciais russas, que serão realizadas de 15 a 17 de março, também nos territórios ocupados.

Depósito incendiado

Vários dirigentes da ocupação russa ou colaboradores na Ucrânia e na Crimeia anexada morreram ou ficaram feridos em ataques e atentados atribuídos a Kiev nos dois últimos anos.

Cerca de 600 km ao norte, na região russa de Kursk, na fronteira com a Ucrânia, um depósito de petróleo pegou fogo nesta quarta após um ataque com drones ucranianos, um tipo de operação cada vez mais frequente.

Há vários meses, parte da estratégia militar ucraniana consiste em atacar seu adversário longe da linha de frente para perturbar a logística do exército russo, que abastece suas tropas com munições e combustível através das regiões fronteiriças.

“Um ataque de drone ucraniano no distrito de Zheleznogorsk provocou um incêndio em um depósito de combustível e lubrificantes”, indicou o governador regional de Kursk, Roman Trovit, afirmando que não houve vítimas.

Desde o início da invasão russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022, Kiev ataca regularmente os territórios sob controle de Moscou, e nas últimas semanas, tem focado particularmente em depósitos de petróleo e refinarias.

AIEA na Rússia

A Força Aérea ucraniana disse, nesta quarta-feira, que uma dezena de regiões da Ucrânia foram alvo de ataques russos com drones durante a noite, que deixaram pelo menos sete feridos na cidade de Sumy (nordeste).

A Rússia atacou "com cinco mísseis guiados S-300 e 42 Shahed", afirmou, referindo-se aos drones de fabricação iraniana utilizados por Moscou.

No terreno, o Estado-Maior do exército ucraniano publicou um vídeo mostrando trincheiras fortificadas construídas recentemente "na segunda linha de defesa" na região de Avdiivka (leste), em resposta aos recentes comentários sobre a fraqueza das linhas de defesa ucranianas ou até mesmo sua ausência em alguns lugares.

Por outro lado, o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o argentino Rafael Grossi, está visitando a Rússia, onde se encontrará com o presidente Vladimir Putin pela primeira vez desde 2022 e com Alexei Likhachev, chefe da agência nuclear russa Rosatom.

De Sochi, no sudoeste do país, Grossi advertiu a Rússia para não reativar a usina nuclear de Zaporizhzhia, ocupada pelas forças de Moscou no sul da Ucrânia.

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