Israelense morador de um kibutz observa os estragos em sua casa após um disparo de foguete da Faixa de Gaza (Jack Guez/AFP)
Da Redação
Publicado em 25 de outubro de 2012 às 08h14.
Gaza - Grupos armados de Gaza dispararam nesta quarta-feira dezenas de foguetes contra Israel e o Exército hebreu bombardeou o território, em uma espiral de violência que deixou quatro palestinos mortos, e seis feridos no sul de Israel.
A demonstração de força começou na terça-feira à noite, pouco depois da visita à Faixa de Gaza do emir do Qatar, xeque Hamad ben Khalifa al Thani, a primeira de um chefe de Estado desde que o Hamas assumiu o controle do território palestino em 2007.
Os palestinos de Gaza lançaram mais de 70 foguetes contra o sul de Israel e deixaram seis feridos, dois deles em estado grave.
Na manhã desta quarta-feira, uma nova operação da aviação israelense na Faixa de Gaza provocou a morte de um palestino de 23 anos, Mohamed al-Sheikh, que pertencia ao braço armado dos Comitês de Resistência Popular (CRP).
Yusef Abu Jalhum, 28 anos, que havia sido ferido à noite durante uma incursão aérea israelense, não resistiu e elevou a quatro o número de mortos. Dez pessoas ficaram feridas nos ataques, incluindo uma criança, segundo fontes médicas palestinas.
Jalhum integrava as Brigadas Ezzedin al-Qasam, braço armado do Hamas, assim como os dois palestinos que morreram durante a noite
As Brigadas Ezzedin al Qasam e os CRP reivindicaram em um comunicado conjunto os disparos de foguetes "para vingar" os combatentes assassinados.
Os foguetes feriram três imigrantes tailandeses que trabalhavam em uma granja, dois gravemente, além de três cidadãos israelenses, segundo a polícia.
A aviação israelense executou novas operações nesta quarta-feira ao norte da Faixa de Gaza, contra uma área de lançamento de foguetes e um túnel. Tanques também dispararam contra "objetivos terroristas", segundo uma fonte militar.
"Não escolhemos ou tomamos a iniciativa desta escalada, mas se prosseguir, estamos prontos para uma ação mais longa e profunda", declarou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ao inspecionar uma bateria do sistema antimísseis na região de Ashkelon. "Continuaremos com nossas operações preventivas".
Fawzi Barhum, porta-voz do Hamas, atribuiu a Israel a responsabilidade pela violência ao afirmar que "a ocupação é responsável por cada gota de sangue nesta escalada da agressão".
Na noite desta quarta-feira, uma fonte palestina disse à AFP que foi acertada uma trégua a partir do primeiro minuto de quinta, sob a mediação do Egito.
"Os egípcios negociaram uma trégua entre Israel e os grupos armados palestinos", revelou a fonte, que pediu para não ser identificada.
Oficiais israelenses informaram à rádio estatal que o governo recebeu mensagens do Hamas pedindo o cessar-fogo.