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Bombardeios dos EUA e Reino Unido foram recado a houthis apoiados pelo Irã, diz governo britânico

Grant Shapps enfatizou que ação do governo britânico é um "modelo" da liderança da nação no futuro

Secretário de Defesa britânico, Grant Shapps afirmou que ataques conjuntos com os EUA são parte de 'modelo' de como nação deverá lidar no futuro (Carl Court/Getty Images)

Secretário de Defesa britânico, Grant Shapps afirmou que ataques conjuntos com os EUA são parte de 'modelo' de como nação deverá lidar no futuro (Carl Court/Getty Images)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 15 de janeiro de 2024 às 12h01.

Última atualização em 15 de janeiro de 2024 às 12h01.

O secretário de Defesa britânico, Grant Shapps, afirmou, nesta segunda-feira, que os bombardeios realizados pelos Estados Unidos e Reino Unido na última semana “golpearam” os houthis. Ele disse, ainda, que este seria parte de um “modelo” de como a nação deverá “continuar liderando no futuro, oferecendo apoio inabalável aos aliados em tempos de dificuldade”, e sugeriu estar aberto a realizar mais ataques no Iêmen.

Na última quinta-feira, posições dos rebeldes foram bombardeadas pelos EUA e Reino Unido. Como justificativa, os países afirmaram que os houthis ameaçam a navegação no Mar Vermelho. No mesmo dia, o presidente americano Joe Biden classificou a atitude como uma “ação defensiva” em resposta aos “ataques sem precedentes dos houthis ao transporte marítimo internacional” na região.

Com a guerra na Faixa de Gaza, os houthis têm lançado mísseis e drones no Mar Vermelho desde novembro, o que encareceu o transporte comercial entre Europa e Ásia e causou atrasos. No total, mais de 2 mil navios foram forçados a desviar milhares de quilômetros para evitar a região, afirmou Biden. Ao defender a ação conjunta com os EUA, Shapps disse que o Reino Unido era “o guardião do livre comércio internacional”.

– O resultado é que os houthis foram prejudicados. Nossa resposta decisiva no Mar Vermelho e nosso apoio à Ucrânia oferecem um modelo direto de como o Reino Unido deve continuar liderando no futuro, oferecendo apoio inabalável aos nossos aliados em tempos de dificuldade, estimulando uma resposta global a atores que buscam romper a ordem internacional baseada em regras – disse ele.

'Comportamento inaceitável'

Quando questionado pela Sky News sobre a possibilidade de uma escalada nas ações, Shapps declarou que a intenção não é entrar no Iêmen, mas enviar uma mensagem clara aos houthis, apoiados pelo Irã, de que seu comportamento no Mar Vermelho é “totalmente inaceitável”. Ele pontuou, no entanto, que o Reino Unido irá “monitorar a situação cuidadosamente”, e enfatizou a importância da liberdade de navegação.

Alguns aliados americanos no Oriente Médio, incluindo as nações do Golfo do Catar e Omã, haviam expressado preocupações de que ataques contra os houthis pudessem fugir do controle e arrastar a região para uma guerra mais ampla com outros grupos iranianos, como o Hezbollah no Líbano e milícias apoiadas por Teerã na Síria e no Iraque.

O ministério das Relações Exteriores dos houthis respondeu aos ataques com uma declaração afirmando que “os EUA e o Reino Unido devem estar preparados para pagar um preço alto e enfrentar consequências de sua agressão”. Ainda não está claro se a ofensiva irá dissuadir os houthis de continuar seus ataques, que forçaram algumas das maiores empresas de navegação do mundo a desviar os navios no Mar Vermelho.

Os houthis, cujas capacidades militares foram aprimoradas por mais de oito anos de combate contra uma coalizão liderada pela Arábia Saudita, receberam a perspectiva de guerra com os Estados Unidos com satisfação. Na quarta-feira, antes do ataque, Abdul-Malik al-Houthi, líder da milícia, ameaçou responder com firmeza a um ataque americano. Em discurso televisionado, afirmou não ter “medo dos americanos”.

Funcionários da administração Biden procuraram separar os ataques dos houthis do conflito em Gaza e considerar ilegítimas as alegações do grupo de que estão agindo para apoiar os palestinos. Os funcionários estão enfatizando essa diferença para tentar conter uma guerra mais ampla.

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