Segundo a polícia de Nova Gales do Sul, o ataque ocorreu no início da noite, quando serviços de emergência foram acionados para a Campbell Parade, principal avenida que margeia a praia (MICK TSIKAS/EFE)
Redação Exame
Publicado em 14 de dezembro de 2025 às 10h28.
Última atualização em 14 de dezembro de 2025 às 11h44.
Um ataque a tiros durante a celebração do festival judaico de Hanukkah deixou ao menos 12 mortos e 29 feridos neste domingo, 14, na praia de Bondi, em Sydney, uma das regiões mais conhecidas da Austrália. As autoridades locais classificaram o episódio como um incidente terrorista e afirmaram que o alvo foi a comunidade judaica da cidade.
Segundo a polícia de Nova Gales do Sul, o ataque ocorreu no início da noite, quando serviços de emergência foram acionados para a Campbell Parade, principal avenida que margeia a praia, após relatos de disparos. Um dos atiradores foi desarmado por um civil.
O local recebia um evento do primeiro dia de Hanukkah, que reuniu um grande número de pessoas.
Entre os feridos estão dois policiais que atuaram na ocorrência. De acordo com o comissário da polícia estadual, Mal Lanyon, o estado de saúde dos agentes e dos demais feridos é considerado grave.
As vítimas foram encaminhadas para diferentes hospitais de Sydney, com o apoio de mais de 40 ambulâncias, incluindo helicópteros.
As autoridades informaram que um dos atiradores morreu no local e que o segundo suspeito foi baleado e está em estado crítico. A polícia também apura a possível participação de uma terceira pessoa no ataque.
Durante a ação, equipes encontraram artefatos explosivos improvisados em um carro nas proximidades de uma ponte de onde partiram os disparos. O material foi removido por especialistas do esquadrão antibombas.
Imagens exibidas por emissoras de televisão australianas mostraram pessoas caídas no chão e um cenário de pânico. Um morador que presenciou o ataque relatou ter visto diversas vítimas feridas e muito sangue espalhado pela área.
Vídeos gravados por testemunhas também mostram dois homens armados vestindo roupas escuras e atirando, enquanto sirenes e gritos podiam ser ouvidos.
A mass shooting on Bondi Beach with some horrific images out there, RIP to the innocents just living in this angry world.🙁pic.twitter.com/wuihkzbyUz
— Matt Casey 🏴 🇬🇧 (@MattCas04807118) December 14, 2025
O governador de Nova Gales do Sul, Chris Minns, afirmou que as investigações indicam que o ataque foi planejado para atingir a comunidade judaica de Sydney justamente no início do feriado religioso.
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, também descreveu o episódio como chocante e devastador, destacando que a violência atingiu o coração do país. Ele também afirmou que a polícia trabalha para identificar possíveis conexões com outras pessoas envolvidas.
"Um ato de antissemitismo e terrorismo que atingiu o coração da nossa nação. Um ataque aos judeus australianos é um ataque a todos os australianos. Não há lugar para ódio, violência e terrorismo em nossa nação", afirmou Albanese.
Autoridades pediram que a população evite a região, embora a polícia tenha informado que não há indícios de novos ataques. A área, que chegou a ser isolada para perícia, segue sob investigação.
A polícia solicita que pessoas que tenham imagens gravadas por celulares ou câmeras veiculares entrem em contato com o Crime Stoppers.
O ataque ocorre 11 anos após um episódio que marcou a história de Sydney, quando um homem fez reféns em um café no centro da cidade, resultando na morte de duas pessoas após um longo impasse.
Líderes internacionais também se manifestaram. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, condenou o ataque contra judeus que participavam da celebração religiosa, enquanto o secretário-geral da ONU classificou o episódio como hediondo.
Representantes do governo israelense e da oposição australiana também expressaram solidariedade às vítimas e cobraram medidas contra o antissemitismo.
A polícia informou que uma nova atualização oficial sobre o caso deve ser divulgada na manhã desta segunda-feira, 15.
(*) Com informações das agência EFE, AFP e Reuters