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Ataque shebab contra hotel deixa 25 mortos na Somália

Nesta sexta-feira, uma fonte da presidência, que pediu para não ser identificada, citou "pelo menos 25 mortos" e advertiu que o número de vítimas pode aumentar

Resgate de sobrevivente de explosão em hotel: ataque é o mais sangrento na Somália em quase dois anos (Feisal Omar/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2015 às 19h39.

Pelo menos 25 pessoas foram mortas e muitas ficaram gravemente feridas nesta sexta-feira, em Mogadíscio, em um ataque reivindicado pelos islamitas shebab contra um hotel , no qual estavam vários ministros, deputados e autoridades somalis.

Este ataque contra um estabelecimento do Central Hotel é o mais sangrento na Somália em quase dois anos.

Em 14 abril de 2013, ao menos 34 pessoas morreram em um ataque suicida em Mogadíscio contra o principal tribunal da capital, seguido da explosão de um carro-bomba.

Nesta sexta-feira, uma fonte da presidência, que pediu para não ser identificada, citou "pelo menos 25 mortos" e advertiu que o número de vítimas pode aumentar, devido à gravidade dos ferimentos.

O ataque ocorreu ao final das orações muçulmanas de sexta-feira.

O policial Abdulrahman Ali relatou à AFP ter visto 11 corpos. Mais cedo, uma fonte de segurança falou em "60 vítimas", entre mortos e feridos.

Uma dupla explosão foi seguida por intenso tiroteio no interior do Central Hotel, localizado próximo ao complexo fortificado que abriga a presidência somali e os gabinetes do primeiro-ministro.

De acordo com a fonte da presidência, o vice-prefeito de Mogadíscio foi morto no ataque, enquanto o vice-primeiro-ministro e o ministro dos Transportes ficaram feridos.

Pelo menos um deputado foi morto, segundo a rádio Mogadishu, que confirmou a morte do vice-prefeito da capital.

"O edifício foi duramente atingido. As explosões foram muito fortes, e eu vi corpos de 11 pessoas", declarou Aburahman Ali.

"Também há um grande número de feridos, muitos deles em estado grave", acrescentou.

Os Estados Unidos condenaram o letal ataque, defendendo que ilustra a sede de "morte e destruição" dos islamitas.

"Os Estados Unidos condenam firmemente o ataque terrorista dos shebab contra o Central Hotel, hoje, em Mogadíscio", declarou a porta-voz do Departamento de Estado americano, Jennifer Psaki.

"Este ataque mortal contra membros do governo e do Parlamento mostra, mais uma vez, que os shebab buscam apenas a morte e a destruição e se opõem firmemente aos esforços do povo somali, que tenta construir um futuro seguro e próspero", acrescentou.

"Continuaremos apoiando o povo somali e seu governo na reconstrução de seu país. Aqueles que são obstáculo do progresso da Somália não vão conseguir", concluiu Psaki.

Shebab são "não-islâmicos"

Os insurgentes islamitas shebab reivindicaram o ataque.

"Nossos 'mujahedines' estão no interior do Central Hotel e atacaram sem medo", declarou o porta-voz militar dos shebab, Abdulaziz Abu Musab.

"O objetivo é matar as autoridades (somalis) infiéis", ressaltou.

Os shebab já haviam ameaçado matar todos os deputados, "um a um". Pelo menos oito deles morreram em atentados, ou assassinatos, desde a eleição, em setembro de 2012, do Parlamento.

Em comentário na conta oficial no Twitter, o presidente somali, Hassan Sheikh Mohamud, considerou que "atacar deputados e cidadãos logo após as orações de sexta" mostra que "os shebab são não-islâmicos e antidemocracia".

Desde agosto de 2011, os shebab sofreram uma série ininterrupta de derrotas militares e têm multiplicado suas ações de guerrilha e ataques terroristas, sobretudo, em Mogadíscio.

Em 22 de janeiro, pelo menos cinco somalis foram mortos na capital, na véspera de uma visita do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, em um ataque suicida contra o hotel SYL.

Os membros da delegação turca estavam hospedados nesse estabelecimento.

Em dezembro, um duplo atentado matou 15 pessoas na cidade de Baidoa, no centro da Somália.

Nos últimos meses, os shebab têm privilegiado alvos simbólicos e seguros, em especial, o complexo Villa Somália e o Parlamento, duas vezes; além de agências da Inteligência, comboios da ONU, ou o quartel da Força da União Africana na Somália (Amisom), no dia de Natal.

Ligados à Al-Qaeda, os islamitas somalis também cometeram ataques em países que contribuem com tropas para a Amisom, especialmente no Quênia.

Nesse país, mais de 160 pessoas morreram em uma onda de ataques desde junho.

Eles também foram responsáveis pelo ataque ao Westgate Mall, em Nairóbi, em setembro de 2013, matando pelo menos 67 pessoas.

Os shebab são a principal ameaça para a paz na Somália.

As primeiras eleições multipartidárias por sufrágio universal em mais de 40 anos nesse país estão previstas para 2016.

A Somália não tem uma autoridade central real desde a queda do regime autoritário do presidente Siad Barre, em 1991.

Desde então, o país se manteve em estado permanente de guerra civil, entregue aos senhores da guerra, milícias, gangues criminosas e grupos islâmicos.

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Pelo menos 25 pessoas foram mortas e muitas ficaram gravemente feridas nesta sexta-feira, em Mogadíscio, em um ataque reivindicado pelos islamitas shebab contra um hotel , no qual estavam vários ministros, deputados e autoridades somalis.

Este ataque contra um estabelecimento do Central Hotel é o mais sangrento na Somália em quase dois anos.

Em 14 abril de 2013, ao menos 34 pessoas morreram em um ataque suicida em Mogadíscio contra o principal tribunal da capital, seguido da explosão de um carro-bomba.

Nesta sexta-feira, uma fonte da presidência, que pediu para não ser identificada, citou "pelo menos 25 mortos" e advertiu que o número de vítimas pode aumentar, devido à gravidade dos ferimentos.

O ataque ocorreu ao final das orações muçulmanas de sexta-feira.

O policial Abdulrahman Ali relatou à AFP ter visto 11 corpos. Mais cedo, uma fonte de segurança falou em "60 vítimas", entre mortos e feridos.

Uma dupla explosão foi seguida por intenso tiroteio no interior do Central Hotel, localizado próximo ao complexo fortificado que abriga a presidência somali e os gabinetes do primeiro-ministro.

De acordo com a fonte da presidência, o vice-prefeito de Mogadíscio foi morto no ataque, enquanto o vice-primeiro-ministro e o ministro dos Transportes ficaram feridos.

Pelo menos um deputado foi morto, segundo a rádio Mogadishu, que confirmou a morte do vice-prefeito da capital.

"O edifício foi duramente atingido. As explosões foram muito fortes, e eu vi corpos de 11 pessoas", declarou Aburahman Ali.

"Também há um grande número de feridos, muitos deles em estado grave", acrescentou.

Os Estados Unidos condenaram o letal ataque, defendendo que ilustra a sede de "morte e destruição" dos islamitas.

"Os Estados Unidos condenam firmemente o ataque terrorista dos shebab contra o Central Hotel, hoje, em Mogadíscio", declarou a porta-voz do Departamento de Estado americano, Jennifer Psaki.

"Este ataque mortal contra membros do governo e do Parlamento mostra, mais uma vez, que os shebab buscam apenas a morte e a destruição e se opõem firmemente aos esforços do povo somali, que tenta construir um futuro seguro e próspero", acrescentou.

"Continuaremos apoiando o povo somali e seu governo na reconstrução de seu país. Aqueles que são obstáculo do progresso da Somália não vão conseguir", concluiu Psaki.

Shebab são "não-islâmicos"

Os insurgentes islamitas shebab reivindicaram o ataque.

"Nossos 'mujahedines' estão no interior do Central Hotel e atacaram sem medo", declarou o porta-voz militar dos shebab, Abdulaziz Abu Musab.

"O objetivo é matar as autoridades (somalis) infiéis", ressaltou.

Os shebab já haviam ameaçado matar todos os deputados, "um a um". Pelo menos oito deles morreram em atentados, ou assassinatos, desde a eleição, em setembro de 2012, do Parlamento.

Em comentário na conta oficial no Twitter, o presidente somali, Hassan Sheikh Mohamud, considerou que "atacar deputados e cidadãos logo após as orações de sexta" mostra que "os shebab são não-islâmicos e antidemocracia".

Desde agosto de 2011, os shebab sofreram uma série ininterrupta de derrotas militares e têm multiplicado suas ações de guerrilha e ataques terroristas, sobretudo, em Mogadíscio.

Em 22 de janeiro, pelo menos cinco somalis foram mortos na capital, na véspera de uma visita do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, em um ataque suicida contra o hotel SYL.

Os membros da delegação turca estavam hospedados nesse estabelecimento.

Em dezembro, um duplo atentado matou 15 pessoas na cidade de Baidoa, no centro da Somália.

Nos últimos meses, os shebab têm privilegiado alvos simbólicos e seguros, em especial, o complexo Villa Somália e o Parlamento, duas vezes; além de agências da Inteligência, comboios da ONU, ou o quartel da Força da União Africana na Somália (Amisom), no dia de Natal.

Ligados à Al-Qaeda, os islamitas somalis também cometeram ataques em países que contribuem com tropas para a Amisom, especialmente no Quênia.

Nesse país, mais de 160 pessoas morreram em uma onda de ataques desde junho.

Eles também foram responsáveis pelo ataque ao Westgate Mall, em Nairóbi, em setembro de 2013, matando pelo menos 67 pessoas.

Os shebab são a principal ameaça para a paz na Somália.

As primeiras eleições multipartidárias por sufrágio universal em mais de 40 anos nesse país estão previstas para 2016.

A Somália não tem uma autoridade central real desde a queda do regime autoritário do presidente Siad Barre, em 1991.

Desde então, o país se manteve em estado permanente de guerra civil, entregue aos senhores da guerra, milícias, gangues criminosas e grupos islâmicos.

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