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Ataque Houthi contra navio no Mar Vermelho deixa tripulantes mortos pela primeira vez

Dois tripulantes morreram e seis ficaram feridos na ação; grupo rebelde afirmou, em nota, que só interromperá ataques com o fim da guerra em Gaza

Membros da Guarda Costeira do Iêmen, afiliados ao grupo rebelde houthi, patrulham o Mar Vermelho  (Getty Images/Reprodução)

Membros da Guarda Costeira do Iêmen, afiliados ao grupo rebelde houthi, patrulham o Mar Vermelho (Getty Images/Reprodução)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 6 de março de 2024 às 19h34.

Um ataque com mísseis balísticos feito por rebeldes houthis contra um navio comercial no Golfo de Áden deixou ao menos dois membros da tripulação mortos e seis feridos, informaram autoridades americanas nesta quarta-feira.

É a primeira vez que uma ação do grupo iemenita, apoiado pelo Irã, deixa vítimas fatais desde o início dos ataques contra embarcações no Mar Vermelho e no Golfo de Áden, em outubro do ano passado, em retaliação à ofensiva israelense na Faixa de Gaza.

O ataque ocorreu por volta das 11h30 do horário local (5h30 no Brasil) contra um navio cargueiro M/V True Confidence, com bandeira de Barbados e propriedade da Libéria. Os houthis afirmaram, em nota, que o ataque foi "preciso" e provocou um incêndio na embarcação, que foi abandonada em seguida.

"A operação de direcionamento ocorreu depois que a tripulação do navio rejeitou as mensagens de alerta das forças navais do Iêmen", afirma a nota, na qual o grupo reiterou o apoio ao povo palestino e disse que não interromperão os ataques no Mar Vermelho até que a "agressão israelense pare e o cerco ao povo palestino na Faixa de Gaza seja suspenso".

O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, afirmou nesta quarta-feira que as morte eram "tristemente inevitáveis".

— Os houthis continuaram a lançar esses ataques imprudentes sem nenhuma preocupação com o bem-estar de civis inocentes que estão transitando pelo Mar Vermelho e agora, infelizmente e tragicamente, mataram civis inocentes — disse Miller, afirmando os EUA farão os houthis prestarem contas sobre os seus ataques, "que não apenas interromperam o comércio internacional, não apenas interromperam a liberdade de navegação e as águas internacionais, não apenas colocaram em risco os marítimos, mas agora mataram tragicamente vários deles".

Devido aos ataques dos houthis, os Estados Unidos implementaram uma força multinacional de proteção marítima e realizaram, às vezes com apoio do Reino Unido, bombardeios contra posições dos rebeldes no Iêmen. Segundo a coalização, os houthis já lançaram mais de 45 ataques com mísseis e drones contra embarcações comerciais e navais que operam no Mar Vermelho, sendo que a maioria foi interceptada ou caiu no mar. Até o momento, nenhum navio militar foi atingido.

O Golfo de Áden dá acesso ao Mar Vermelho, por onde várias embarcações cortam caminho para chegar até a Europa através do Canal de Suez, que faz ligação com o Mar Mediterrâneo. Cerca de 15% do comércio mundial utiliza a rota, mas muitas embarcações estão preferindo dar a volta pelo continente africano para fugir dos ataques dos houthis. Segundo a ONU, na primeira quinzena de fevereiro, o Canal de Suez sofreu uma queda de 42% nos trânsitos mensais em relação ao seu pico em 2023.

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