Nigéria - Pelo menos 45 pessoas morreram e outras 26 ficaram feridas em um ataque a um mercado no domingo, na cidade de Kawuri, nordeste da Nigéria, atribuído ao grupo Boko Haram - anunciou a polícia nesta segunda-feira, alertando que o número de vítimas ainda pode aumentar.

Região cronicamente instável, o nordeste da Nigéria é considerado reduto do grupo radical islâmico Boko Haram.

"Até o momento, temos 45 mortos e 26 feridos. (...) Mas esses números podem aumentar, porque nossos homens continuam na cidade em busca de vítimas", declarou o chefe da polícia do estado de Borno, Lawan Tanko.

O registro anterior, com base no relato de testemunhas, era de 15 mortos e pelo menos 22 feridos.

"Contamos cerca de 15 corpos de vítimas ao final do ataque. Nós também ajudamos a transportar 20 feridos para o hospital", havia dito Fantara Madugu, que testemunhou a tragédia.

O ataque aconteceu por volta das 17h00 (14h00 de Brasília) de domingo. Dois homens armados investiram contra a localidade de Kawuri, na região de Konduga, no estado de Borno, a 37 quilômetros da capital, Maiduguri.

Segundo uma das testemunhas, Isa Ibrahim, homens armados entraram na cidade de Kawuri a bordo de veículos 4x4, dizendo ser comerciantes que gostariam de trabalhar no mercado central.

"Desconhecidos dos habitantes, os homens armados instalaram bombas de fabricação caseira em locais estratégicos da cidade antes de atacar a população", relatou.

Várias casas e veículos foram queimados antes da fuga dos agressores, acrescentou.

O delegado Lawan Tanko atribuiu o ataque ao Boko Haram. Ele não confirmou o uso de explosivos, mas informou que uma equipe anti-bombas tinha sido enviada para Kawuri para buscar eventuais munições que ainda não tenham sido detonadas.

Ninguém reivindicou o ataque, que coincide com o modo de operação do Boko Haram em outras partes da região.

Borno é um dos três estados do nordeste da Nigéria em estado de emergência desde maio do ano passado, quando o Exército nigeriano lançou uma operação contra os insurgentes islâmicos.

A insurgência já deixou milhares de vítimas desde sua eclosão, em 2009.