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Ataque do Estado Islâmico no Paquistão destaca mudança de táticas

Houve uma rápida ascensão do movimento por meio de parcerias do Estado Islâmico com grupos sectários do Paquistão

Ataques no Paquistão: EI explodiu bomba em santuário, no sábado (12) (Stringer/Reuters)

Ataques no Paquistão: EI explodiu bomba em santuário, no sábado (12) (Stringer/Reuters)

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Reuters

Publicado em 13 de novembro de 2016 às 11h06.

Islamabad - O segundo ataque em um mês no Paquistão, reivindicado pela liderança do Estado Islâmico, mostra uma rápida ascensão do movimento por meio de parcerias com grupos sectários locais, dizem analistas, mesmo que uma autoridade tenha negado no domingo (13) a presença do EI em território paquistanês.

O serviço de notícias em língua árabe do Estado Islâmico no Oriente Médio reivindicou a responsabilidade pela explosão de bomba em um santuário muçulmano no sábado, que matou 52 pessoas e deixou muitos feridos na província paquistanesa de Baluchistão, no sudoeste do país.

A explosão no santuário de Shah Noorani, em uma área remota a cerca de 100 quilômetros ao norte da cidade portuária de Karachi, aconteceu enquanto centenas de pessoas estavam no interior do prédio.

Foi a segunda ocorrência na província, depois do ataque a uma academia de treinamento da polícia no dia 24 de outubro, reivindicado conjuntamente pelo EI e uma facção sectária paquistanesa, Lashkar-e-Jhangvi Al Alami.

A facção Al Alami não declarou envolvimento direto no último ataque, mas um porta-voz repetiu que o grupo coopera com a liderança do EI e outros movimentos jihadistas.

"Agora, no Paquistão, e especialmente nas cidades, onde quer que haja ataques, Lashkar-e-Jhangvi Al Alami está cooperando com eles direta ou indiretamente", disse o porta-voz Ali bin Sufyan à Reuters por meio de mensagem de celular.

O uso de 'proxies' (intermediadores) locais entre militantes estabelecidos tem sido um aspecto singular da entrada do Estado Islâmico no Paquistão.

No vizinho Afeganistão, por outro lado, membros do Taliban afegão e paquistanês trocaram de lideranças e passaram a se chamar de combatentes do EI.

No Paquistão, no entanto, o Estado Islâmico se contenta em deixar seus aliados locais operarem sob suas próprias identidades em troca de permitir que a EI reivindique a responsabilidade por ataques de grande repercussão.

"O EI pode não ter uma estrutura formal no Paquistão, mas certamente eles têm apoio entre alguns dos grupos militantes proibidos, particularmente os grupos sectários sunitas", como o Lashkar-e-Jhangvi Al Alami, disse Zahid Hussain, analista de segurança paquistanês.

"É um tipo de acordo que estamos vendo entre grupos jihadistas globais e grupos sectários locais."

As autoridades paquistanesas, no entanto, continuam a negar que o Estado Islâmico desenvolveu operações significativas no país, que abriga uma série de outros grupos militantes islâmicos, incluindo o Taliban, LeJ, Lashkar-e-Taiba e Al Qaeda.

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