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Ataque de Israel ao Líbano é revoltante e há risco de guerra total, diz Celso Amorim

Governo israelense faz ataque forte contra alvos do Hezbollah e matou quase 300 pessoas só nesta segunda-feira

Celso Amorim, assessor especial da Presidência para assuntos internacionais (Rio Branco/Divulgação)
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 23 de setembro de 2024 às 15h08.

Última atualização em 23 de setembro de 2024 às 17h32.

Para Celso Amorim, assessor especial da Presidência do Brasil, a escalada do conflito entre Israel e Hezbollah traz o risco de uma guerra total e que o governo brasileiro poderá ter de criar um plano de retirada de brasileiros que estejam na região.

"Falando em meu nome, [o ataque de Israel] é uma coisa tremendamente revoltante e perigosa, porque ali o risco de guerra total... e estamos falando de um lugar onde tem muitos brasileiros. Inclusive aquelas coisas colocadas podia explodir na mão de uma criança brasileira", disse Amorim, a jornalistas, em Nova York.

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Amorim lembrou ainda da guerra entre Israel e Hezbollah em 2006, que durou um mês. Na época, ele era ministro das Relações Exteriores do Brasil no primeiro governo de Lula. "Naquela ocasião, deu muito trabalho evacuar os brasileiros. Tenho certeza que o Itamaraty está preparando algo neste sentido. Mas a experiência é dura. Hoje as rotas são mais difíceis, porque a rota que ia pelo norte do Líbano direto para a Turquia hoje em dia não dá, porque se tornou mais perigoso", afirmou.

Guerra entre Israel e Hezbollah

Crise começou com ataque a pagers

Israel faz uma onda de ataques ao grupo Hezbollah, do Líbano, desde a semana passada. Primeiro, houve uma onda de explosões de pagers e rádios de comunicação usados pelo grupo, que matou dezenas de pessoas e deixou cerca de 3.000 feridos.

Em seguida, houve uma onda de ataques de bombardeios do Israel ao Líbano, em alvos ligados ao Hezbollah, que já dura alguns dias. Só nesta segunda, ouve quase 300 mortos em ataques no Lìbano.

O Hezbollah é considerado uma entidade terrorista pelos Estados Unidos, por Israel e outros países. O grupo foi formado nos anos 1980, para lutar contra Israel, que ocupava partes do Líbano na época. Mesmo com o fim da guerra entre os países, nos anos 2000, os dois lados seguiram trocando ataques.

Em outubro de 2023, o Hezbollah fez ataques a Israel como represália pela invasão israelense da Faixa de Gaza, o que fez com que centenas de moradores da região tivessem de deixar suas casas. O governo israelense diz que a operação atual contra o Hezbollah tem como objetivo permitir que os moradores israelenses desalojados voltem para casa.

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