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Ataques de Israel no Líbano matam 492 pessoas, maior número desde 2006

Bombardeios fizeram com que milhares de pessoas deixassem suas casas no sul do Líbano

Ondas de fumaça saem do local de um ataque aéreo israelense na vila libanesa de Jibal el Botm, perto da fronteira Líbano-Israel, em 23 de setembro de 2024. Os militares israelenses, em 23 de setembro, disseram às pessoas no Líbano para se afastarem dos alvos do Hezbollah e prometeram para realizar ataques mais "extensos e precisos" contra o grupo apoiado pelo Irã (Kawnat HAJU/AFP)

Ondas de fumaça saem do local de um ataque aéreo israelense na vila libanesa de Jibal el Botm, perto da fronteira Líbano-Israel, em 23 de setembro de 2024. Os militares israelenses, em 23 de setembro, disseram às pessoas no Líbano para se afastarem dos alvos do Hezbollah e prometeram para realizar ataques mais "extensos e precisos" contra o grupo apoiado pelo Irã (Kawnat HAJU/AFP)

Publicado em 23 de setembro de 2024 às 08h37.

Última atualização em 23 de setembro de 2024 às 18h15.

A onda de ataques de Israel ao grupo Hezbollah matou ao menos 492 pessoas e feriu ao menos 1.645 pessoas nesta segunda, 23, segundo o Ministério da Saúde do Líbano. Foi o dia mais mortal por ataques israelenses no país desde 2006.

Dentre as vítimas, há 58 mulheres e 35 crianças, segundo o governo libanês.

A intensa onda de bombardeios atingiu um grande número de pontos no sul do Líbano, em áreas como a região de Nabatieh, e também afetou diversas áreas no Vale do Bekaa, no leste do país, segundo a agência de notícias libanesa “ANN”.

O Exército de Israel disse ter atingido mais de 300 alvos ligados ao Hezbollah e pediu aos libaneses que se afastem das posições do Hezbollah e alertou que prosseguirá com os bombardeios contra o grupo islamista. "Aconselhamos os civis de áreas localizadas dentro e perto de edifícios e áreas usadas pelo Hezbollah com fins militares a se afastarem imediatamente", disse o porta-voz militar Daniel Hagari.

Em meios aos ataques, dezenas de milhares de libaneses deixaram suas casas nesta segunda, segundo Firass Abiad, ministro da saúde do Líbano, disse à BBC. "O principal objetivo dos ataques foi instigar o êxodo de civis das regiões-alvo", disse.

Centenas de veículos com famílias inteiras ficaram presos em imensos engarrafamentos em Sidon, uma importante cidade no sul do Líbano, confirmaram fotógrafos da AFP. 

O governo do Líbano ativou por completo um plano de emergência nacional para atender o "número considerável" de pessoas que estão deslocadas em diferentes áreas. As autoridades também estão coordenando a abertura de escolas e outros centros para acolher os deslocados no Monte Líbano e nas cidades de Sidon e Tiro, no sul, bem como em outros locais perto de áreas bombardeadas por Israel.

O pânico chegou à capital, Beirute, onde muitos moradores receberam mensagens de alerta israelenses em celulares e telefones fixos. "É uma catástrofe, um massacre", disse à AFP Jamal Badrane, médico do hospital Auxílio Popular em Nabatieh, cidade do sul.

Por que Israel está fazendo ataques?

Israel faz uma onda de ataques ao grupo Hezbollah, do Líbano, desde a semana passada. Primeiro, houve uma série de explosões de pagers e rádios de comunicação usados pelo grupo, que matou dezenas de pessoas e deixou cerca de 3.000 feridos. Em represália, o Hezbollah lançou mísseis contra o norte de Israel.

Em seguida, vieram fotes bombardeios do Israel ao Líbano, em alvos ligados ao Hezbollah, que já dura alguns dias.

O Hezbollah é considerado uma entidade terrorista pelos Estados Unidos, por Israel e outros países. O grupo paramilitar foi formado nos anos 1980, para lutar contra Israel, que ocupava partes do Líbano na época. Mesmo com o fim da guerra entre os países, nos anos 2000, os dois lados seguiram trocando ataques esporádicos.

A partir de outubro de 2023, o Hezbollah fez uma série ataques a Israel como represália pela invasão israelense da Faixa de Gaza, o que fez com que centenas de moradores da região tivessem de deixar suas casas. O governo israelense diz que a operação atual contra o Hezbollah tem como objetivo permitir que os moradores israelenses desalojados voltem para casa.

"Estamos intensificando nossos ataques no Líbano, as ações continuarão até que alcancemos nosso objetivo de retornar os moradores do norte com segurança para suas casas", disse o Ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, em um vídeo nesta segunda.

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, disse que há um plano de destruição lançado por Israel contra o seu país e apelou à ONU e aos países influentes para "dissuadirem" o governo israelense.

Com informações de Agência EFE, AFP e O Globo

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