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Ataque contra colégio intoxica pelo menos 60 no Afeganistão

A intoxicação aconteceu ontem no distrito de Khuram Sarbagh, pouco depois que as estudantes de uma escola feminina entraram nas salas de aula


	Membros do Taleban são tradicionalmente contra a educação feminina
 (Reuters)

Membros do Taleban são tradicionalmente contra a educação feminina (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2015 às 09h49.

Cabul - Pelo menos 60 meninas foram intoxicadas em um colégio do norte do Afeganistão após respirar um gás borrifado supostamente por Taleban, que são tradicionalmente contra a educação feminina, informaram nesta quarta-feira à Agência Efe fontes oficiais.

A intoxicação aconteceu ontem no distrito de Khuram Sarbagh, na província de Samangan, pouco depois que as estudantes de uma escola feminina entraram nas salas de aula, assegurou o governador interino da região, Khirullah Anosh.

"Dezenas delas sentiram primeiro uma coceira no corpo e depois caíram no solo inconscientes", explicou Anosh, que acrescentou que a intoxicação aconteceu por "um pó branco que soltava um forte cheiro" e que foi lançado no colégio.

O chefe da Polícia de Samangan, Ikram Bigzad, disse que 30 estudantes foram hospitalizadas em centros do distrito, enquanto as mais graves foram transferidas ao hospital provincial da capital regional, Aibak.

"A investigação inicial indica que os talibãs estão por trás do incidente, pois não querem que as meninas vão à escola", disse o chefe da Polícia, que afirmavam que os insurgentes fizeram frequentemente campanha na região contra a educação feminina.

Os casos de intoxicações em escolas femininas são bastante frequentes no Afeganistão e geralmente estão rodeados de certo mistério.

Nos últimos anos ocorreram vários casos de envenenamentos em escolas de meninas, entre eles quatro intoxicações maciças em 2013, quando cerca de 230 estudantes foram envenenadas.

Muitos analistas responsabilizam das intoxicações aos talibãs, mas porta-vozes dos rebeldes negaram seu envolvimento nestes fatos e recentemente asseguraram que em um novo governo no Afeganistão liderado por eles permitiriam a educação feminina.

Os insurgentes, no entanto, se opuseram tradicionalmente à educação das meninas e adolescentes e a proibiram, de fato, durante seu regime fundamentalista islâmico no país (1996-2001).

Desde a queda dos talibãs por causa da invasão americana em 2001, a comunidade internacional pôs muita ênfase em impulsionar a educação feminina no Afeganistão.

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