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Ataque com microondas teria afetado cérebro de diplomatas dos EUA

Ação misteriosa supostamente ocorreu em 2016; americanos acusam Cuba

Embaixada dos EUA em Havana, Cuba: governo americano acusa cubanos de ataques a diplomatas (Chip Somodevilla/Getty Images)

Gabriela Ruic

Publicado em 15 de dezembro de 2017 às 06h00.

Última atualização em 15 de dezembro de 2017 às 06h00.

No final de agosto, os Estados Unidos acusaram Cuba de atacar 24 diplomatas e funcionários americanos com um emissor de ondas sonoras, que teria sido instalado nas residências deles em Havana e provocado danos auditivos. Alguns funcionários da embaixada foram tão afetados que retornaram aos EUA, onde passaram por exames médicos.

Na semana passada, o jornal inglês Guardian disse ter obtido informações sobre os exames, que supostamente concluíram algo intrigante: os diplomatas teriam sido expostos não a ondas sonoras, mas a microondas, e seus cérebros apresentam alterações anatômicas por causa disso.

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Segundo o jornal, que cita fontes não-identificadas do governo americano, os cérebros de alguns dos 24 diplomatas (o número não foi revelado) apresentam anormalidades na chamada massa branca: a parte do cérebro que é formada por células gliais, que dão suporte físico e fornecem nutrientes aos neurônios. Além dos problemas auditivos, alguns diplomatas teriam se queixado de lapsos de memória. O governo cubano nega qualquer tipo de ataque.

Se um dia ele for confirmado, não terá sido o primeiro da história. Em 1979, descobriu-se que a União Soviética disparou sinais de microondas contra a embaixada americana em Moscou. As microondas são sinais eletromagnéticos de alta frequência, e servem tanto para transmitir informações (como fazem os celulares e roteadores Wi-Fi) quanto para cozinhar (se disparados em alta potência, como nos fornos de microondas).

O propósito da ação russa nunca ficou claro, mas acredita-se que o objetivo fosse embaralhar as comunicações americanas. Nos últimos anos, os EUA começaram a testar duas armas de microondas: uma que causa sensação de queimaduras na pele, e outra que desativa equipamentos inimigos.

Reportagem originalmente publicada no site da revista Superinteressante.

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