Ataque na Somália: embora nenhum grupo tenha reivindicado a autoria do ataque, o novo presidente somali condenou o atentado e pediu unidade perante a "selvageria" de Al Shabab (Feisal Omar/Reuters)
EFE
Publicado em 19 de fevereiro de 2017 às 12h25.
Mogadíscio - Pelo menos 35 pessoas morreram e mais de 40 ficaram feridas neste domingo em um atentado com carro-bomba efetuado nos arredores de um mercado de Mogadíscio, capital da Somália, informaram à Agência Efe fontes policiais.
A forte explosão aconteceu quando um grande número de pessoas se encontrava neste popular mercado situado no distrito de Wadajir, que ficou totalmente destroçado, segundo várias testemunhas.
Embora em um primeiro momento tenha sido informado que 15 pessoas morreram no ataque, a polícia local afirmou à Efe que o número já subiu para 35, enquanto as equipes de resgate continuam no local e um grande número de feridos foi transferido a hospitais próximos.
Embora nenhum grupo tenha reivindicado a autoria do ataque, o novo presidente somali, Mohammed Abdullahi Farmaajo, condenou o atentado e pediu unidade perante a "selvageria" de Al Shabab.
A milícia radical islâmica advertiu recentemente que continuaria com seus ataques após a designação do novo presidente no último dia 8 de fevereiro.
Os terroristas já haviam atentado contra o novo governo na quinta-feira passada, quando duas crianças morreram em decorrência do lançamento de vários bombas nas imediações do palácio presidencial, onde o novo presidente se encontrava reunido com seu antecessor, Hassan Shiekh Mohamud.
Nos últimos meses, os terroristas optaram por uma estratégia de confronto direto e lançaram vários ataques contra bases militares da missão da União Africana na Somália (AMISOM), o que causou a morte de centenas de soldados.
Além disso, dezenas de civis morreram em ataques realizados contra hotéis e restaurantes da capital, que se transformaram em alvo constante do grupo terrorista.
Segundo um recente relatório das Nações Unidas, Al Shabab segue tendo capacidade para efetuar ações em grande escala tanto dentro como fora da Somália e a situação da segurança no país africano "não melhorou".
A milícia radical, filial da Al Qaeda na Somália, luta para instaurar um Estado islâmico de caráter wahhabista no país, onde controla grandes extensões de território no sul e no centro.