Assessores de Evo Morales chamam acusação de estupro de guerra suja
Morales, de 60 anos, encara uma denúncia por “estupro e tráfico de pessoas” por ter supostamente mantido uma relação com uma adolescente de 16 anos
Reuters
Publicado em 22 de agosto de 2020 às 16h09.
Última atualização em 22 de agosto de 2020 às 16h10.
O ex-presidente da Bolívia Evo Morales foi acusado de ter abusado de uma menor de idade e, embora não tenha respondido formalmente até agora, seus assessores consideram a acusação parte de uma “guerra suja” do atual governo interino, a menos de dois meses das eleições gerais. Morales, de 60 anos, encara uma denúncia por “estupro e tráfico de pessoas” por ter supostamente mantido uma relação com uma adolescente de 16 anos, o que é punível pela lei boliviana.
“O ex-presidente Evo Morales não comentará esta guerra suja do governo criada com fins eleitorais”, disse sua assessoria de imprensa em resposta a jornalistas.
O porta-voz de Morales na Argentina, onde está morando, não respondeu aos pedidos da Reuters por comentários.
Segundo o vice-ministro da Transparência, Guido Melgar, existem fotos, áudios e mensagens que a adolescente, atualmente com 19 anos, enviava ao ex-presidente pelo celular.
“Isso sugere que havia uma relação de paixão entre as duas pessoas”, disse. “Segundo a informação que chegou a nós, esta senhorita ia a todos os lugares com Juan Evo Morales quando ele era presidente.”
O governo teve acesso à informação que a jovem guardava em seu celular quando a polícia a deteve junto com sua irmã e um motorista em um veículo declarado como roubado. A jovem estava em prisão domiciliar, mas fugiu para a Argentina, de acordo com relatórios de imigração.
As fotos divulgadas pela imprensa e redes sociais mostram a jovem compartilhando diversas atividades com o ex-presidente e ela também teria estado no México e na Argentina, onde Morales se refugiou após renunciar à presidência em novembro de 2019.