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Assessor de Trump renunciou porque situação ficou "insustentável"

A renúncia de Flynn, envolvido em uma mentira sobre a Rússia, provocou a primeira grande crise do governo de Trump

Michael Flynn: assessor possuía "a plena confiança" de Trump (Getty Images)

Michael Flynn: assessor possuía "a plena confiança" de Trump (Getty Images)

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EFE

Publicado em 14 de fevereiro de 2017 às 13h53.

Washington - Michael Flynn renunciou na segunda-feira ao cargo de assessor de Segurança Nacional do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, porque mentiu sobre seus contatos com a Rússia e a situação ficou "insustentável", segundo explicou uma das principais conselheiras do líder, Kellyanne Conway.

"Enganar o vice-presidente (Mike Pence) foi realmente decisivo aqui", disse Conway sobre a renúncia de Flynn, que provocou a primeira grande crise do governo de Trump, em uma rodada de discursos em várias emissoras de televisão na manhã desta terça-feira.

A situação "ficou insustentável", segundo Conway, que acrescentou que Flynn decidiu que o melhor era renunciar porque ele mesmo "sabia que tinha se tornado um ímã para problemas".

Poucas horas antes da renúncia, anunciada na noite da segunda-feira, Conway tinha dito que Flynn possuía "a plena confiança" de Trump.

Flynn, um general condecorado que assessorou Trump em política externa durante a campanha eleitoral, manteve contato com o embaixador russo em Washington, Sergey Kislyak, durante o período de transição entre o governo do ex-presidente Barack Obama e o atual, e inclusive antes das eleições presidenciais do dia 8 de novembro.

Em algumas dessas ligações telefônicas, segundo admitiu Flynn, ele e o embaixador russo puderam falar sobre as sanções contra o Kremlin que o ex-presidente Obama impôs antes de deixar a Casa Branca como represália pela suposta ingerência russa nas eleições americanas.

Enquanto os rumores sobre o conteúdo dessas ligações eram ventilados em Washington, Flynn comentou ao vice-presidente Pence, assim como a outros altos cargos do governo, que não tinha falado com Kislyak sobre as sanções contra a Rússia.

Na carta de renúncia ao cargo de principal assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, no qual durou apenas 24 dias, Flynn argumentou que proporcionou "informação incompleta" ao vice-presidente e a outros sobre suas conversas com o embaixador russo.

O que Conway não esclareceu nesta terça-feira é quando Trump soube desses contatos de Flynn com o embaixador russo.

A assessora também disse desconhecer se Trump e Pence sabiam que o Departamento de Justiça advertiu no final de janeiro à Casa Branca que Flynn poderia estar em uma posição comprometida por suas contradições sobre seus contatos com Kislyak, e inclusive ser vulnerável a possíveis chantagens do Kremlin.

Os democratas no Congresso exigem que, por causa da renúncia de Flynn, seja aberta uma investigação sobre os contatos de assessores de Trump com a Rússia durante e depois da campanha eleitoral.

Na mesma linha, o Comitê Nacional Democrata pediu em comunicado nesta terça-feira para que os republicanos apóiem uma investigação "independente e bipartidária", ao estilo da comissão criada após os atentados terroristas do dia 11 de setembro de 2001 contra os EUA, sobre as "conexões" de Trump e sua equipe com a Rússia.

Após aceitar a renúncia de Flynn, Trump nomeou como assessor de Segurança Nacional interino o tenente general reformado Joseph Keith Kellogg, um general condecorado do Exército dos Estados Unidos que combateu no Vietnã.

Como potenciais sucessores permanentes de Flynn, a Casa Branca estuda, entre outros, Robert Harward, ex-subcomandante do Comando Central dos EUA, e o general reformado David Petraeus, que renunciou como diretor da CIA em 2012 após ser divulgado que ele proporcionou informação confidencial à amante.

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