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Assassinato de pet aumenta revolta contra política de covid zero na China

Morte reforça dificuldades de isolar cidades como Xangai após novo surto do coronavírus; já faltam alimentos nos supermercados

Equipe realiza testagem de covid-19 na China (Purple Collar Pet Photography/Getty Images)

Equipe realiza testagem de covid-19 na China (Purple Collar Pet Photography/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 8 de abril de 2022 às 09h55.

Última atualização em 8 de abril de 2022 às 11h37.

Autoridades da China estão sob uma forte onda de críticas após imagens mostrarem o assassinato de um cachorro da raça Corgi por um funcionário encarregado de prevenir a pandemia da covid-19.

As imagens, reveladas pelo jornal South China Morning Post, mostram que o pet foi morto após seus donos testarem positivo para a covid e serem transferidos para um centro de quarentena.

A família, segundo relatos, teria soltado o cachorro na rua para evitar que ele ficasse sem comida em casa durante sua ausência. O pet perseguiu a van por alguns metros até ser assassinado. Segundo outro site chinês, o people.com.cn, o cachorro foi morto para evitar que espalhasse a doença.

Estudos feitos nos últimos dois anos mostram menor risco de transmissão do vírus de animais para humanos. Mas, desde 2020, a China tem emitido comunicados em diversas províncias com orientação para matar ou quarentenar pets cujos donos testem positivo, segundo o South China Morning Post.

O episódio reforça como o governo chinês tem levado a cabo uma política anti-covid tão severa que não leva em conta descobertas recentes sobre transmissões e variantes. A ordem é covid-zero.

O distrito de Pudong, em Xangai, onde o episódio com o pet foi gravado e se tornou viral, está em quarentena severa desde 28 de março. Na sexta-feira a cidade, que é centro econômico da China, reportou 21.222 novos casos da doença, com 824 casos sintomáticos. Desde o início de março foram 131.000 casos da doença.

Como a cidade tem mais de 25 milhões de habitantes, a média de casos sintomáticos certamente não seria encarada como uma emergência de saúde em outros países que têm afrouxado medidas contra a pandemia. Mas a China tem colecionado episódios de medidas extremas: filhos separados dos pais, funcionários isolados em escritórios, clientes quarentenados em lojas de departamentos.

As medidas têm afetado a economia. O porto de Xangai, o maior do mundo, trabalha com metade da capacidade. Os aeroportos estão fechados. Relatos de faltas de alimentos estão crescendo. O secretário-geral do governo de Xangai, Ma Chunlei, admitiu que a cidade não estava preparada para o aumento exponencial do contágio e não está dando conta de executar medidas como testar todos os seus habitantes.

O país tem tido dificuldade de vacinar idosos apenas 50% estão protegidos, ante 88% da população geral. A pandemia e as medidas de restrição podem ter ajudado a reduzir a previsão de crescimento no primeiro trimestre para 4,5%, segundo o banco Morgan Stanley. A meta é crescer 5,5% no ano.

No final do ano, o presidente chinês, Xi Jinping, espera ser confirmado no congresso do partido comunista como líder supremo. Até lá, lidar com a pandemia e com as crescentes críticas, e recuperar a economia, são as prioridades de Pequim.

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