Assange aceitará extradição para EUA se Obama absolver militar
Fundador do WikiLeaks vive na embaixada do Equador em Londres desde junho de 2012 para evitar a extradição para a Suécia
AFP
Publicado em 13 de janeiro de 2017 às 09h15.
O fundador do WikiLeaks , Julian Assange, aceitará ser extraditado para os Estados Unidos se o presidente em fim de mandato, Barack Obama, conceder o indulto a ex-militar americana Chelsea Manning, presa por vazar documentos, disse o site nesta quinta-feira.
"Se Obama conceder o indulto a Manning, Assange aceitará uma extradição para os Estados Unidos, apesar de ser um caso claramente inconstitucional por parte do DoJ (Departamento de Justiça dos Estados Unidos)", tuitou o WikiLeaks.
Assange vive na embaixada do Equador em Londres desde junho de 2012 para evitar a extradição para a Suécia, onde é acusado de agressão sexual.
O australiano afirma temer que Estocolmo o extradite para os Estados Unidos por conta da divulgação de milhares de documentos militares e diplomáticos de Washington que foram vazados por Manning.
Chelsea Manning cumpre uma sentença de 35 anos de prisão em isolamento por ter vazado 700 mil documentos secretos do Departamento de Estado americano.
Os defensores de Manning têm a esperança de que Obama conceda o indulto antes de deixar o cargo, ainda que a Casa Branca tenha declarado que o presidente não perdoaria a militar.
Manning já tentou se matar duas vezes e, atualmente, tem um recurso pendente em um tribunal militar.
A publicação do WikiLeaks no Twitter foi acompanhada de uma carta dirigida à procuradora americana Loretta Lynch, na qual o advogado de Assange, Barry Pollack, argumenta que não existe nenhuma base legítima para continuar investigando o fundador do site.