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As principais datas da crise separatista na Catalunha

Tensão recomeçou após catalães decidirem fazer um referendo pela independência da região, que resultou em intervenção espanhola

Catalunha: região fez um referendo em 2017 pela independência, proibido pela Justiça espanhola (Albert Gea/Reuters)

Catalunha: região fez um referendo em 2017 pela independência, proibido pela Justiça espanhola (Albert Gea/Reuters)

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AFP

Publicado em 18 de outubro de 2019 às 17h42.

A Catalunha mergulhou em uma crise por conta do separatismo, agravada recentemente pela condenação à prisão de vários líderes do movimento. Segue abaixo a cronologia dos principais acontecimentos relacionados à luta pela independência na região a partir de setembro de 2017:

Tentativa de secessão

- 6 de setembro de 2017: os deputados separatistas votam no Parlamento regional, onde são a maioria, uma lei para organizar um referendo de autodeterminação em 1º de outubro, apesar dos protestos da oposição que os critica por violar a Constituição espanhola e o Estatuto da Catalunha.

- 1º de outubro de 2017: forças de segurança enviadas por Madri intervêm para apreender as urnas do referendo proibido pela justiça. As imagens da violência policial circulam pelo mundo. O governo separatista anuncia a vitória do "sim" com 90% dos votos e 43% de participação, embora os dados não sejam verificáveis.

- 3 de outubro de 2017: o rei Felipe VI pede o restabelecimento da ordem constitucional após uma greve geral na Catalunha acompanhada de várias manifestações contra a violência policial.

- 27 de outubro de 2017: os deputados separatistas aprovam uma declaração unilateral de independência. Madri suspende a autonomia regional, destitui o governo dirigido por Carles Puigdemont, dissolve o Parlamento e convoca novas eleições.

Diálogo fracassado

- 21 de dezembro de 2017: os partidos que defendem a independência, com candidatos encarcerados ou exilados como Puigdemont, novamente conquistam a maioria absoluta com 70 deputados em 135.

- 2 de junho de 2018: um novo governo catalão, liderado pelo separatista Quim Torra, toma posse e a Catalunha recupera sua autonomia. No mesmo dia, o socialista Pedro Sánchez assume a presidência do governo espanhol prometendo diálogo com a região, embora excluindo a possibilidade de um referendo de autodeterminação.

- 9 de julho de 2018: Pedro Sánchez se reúne com Torra em Madri iniciando una etapa de diálogo entre ambas as administrações.

- 9 de outubro de 2018: os separatistas perdem a maioria no Parlamento catalão após Puigdemont e seus seguidores recusarem substituir quatro deputados suspensos pela justiça por envolvimento na tentativa de secessão .

- 12 de fevereiro de 2019: começa Supremo Tribunal o julgamento de doze líderes separatistas, incluindo o ex-número dois de Puigdemont, Oriol Junqueras, por seu papel na tentativa de secessão. Alguns dias antes, o diálogo entre Sánchez e Torra termina.

Condenação e tensão

- 14 de outubro de 2019: o Supremo condena nove dos 12 líderes separatistas a penas de 9 a 13 anos de prisão. Sánchez pede a abertura de um novo capítulo sobre o assunto tendo como base o diálogo, mas a sentença atiça aqueles que desejam independência na região, que vão às ruas para protestar. Milhares de manifestantes bloqueiam o aeroporto de Barcelona.

- 15 de outubro de 2019 e dias seguintes: cenas de guerrilha urbana, com barricadas em chamas e confrontos entre manifestantes com o rosto escondido e os agentes de segurança são registradas em Barcelona e outras cidades da Catalunha.

- 18 de outubro de 2019: passeatas "pela liberdade", com dezenas de milhares de pessoas, seguem para Barcelona, em um dia de greve geral e novos confrontos.

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