Artefato escondido causou explosão na Rússia, diz agência
Agência Interfax, citando fontes não identificadas, disse que câmeras de vigilância capturaram imagens que seriam dos organizadores da explosão
Reuters
Publicado em 3 de abril de 2017 às 12h35.
São Petesburgo - Ao menos nove pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em uma explosão que destruiu um vagão do metrô de São Petersburgo nesta segunda-feira, e uma agência de notícias russa disse que a explosão pode ter sido provocada por um artefato escondido em uma mala.
A agência Interfax, citando fontes não identificadas, disse que câmeras de vigilância capturaram imagens que seriam dos organizadores da explosão, que ocorreu em São Petersburgo durante visita do presidente Vladimir Putin à cidade.
O Comitê Nacional Antiterrorismo da Rússia disse que nove pessoas morreram e 20 ficaram feridas na explosão. Mais tarde, a ministra da Saúde, Veronika Skvortsova, falou em 10 mortos e 47 feridos.
Segundo o comitê, outro explosivo foi encontrado em uma estação diferente do metrô, mas foi desativado.
Putin, que estava em São Petersburgo para uma reunião com o líder bielorusso, Alexander Lukashenko, disse que a causa das explosões ainda não está clara e que estão sendo feitos esforços para determiná-la.
Putin disse que está considerando todas as possibilidades, incluindo terrorismo.
Ambulâncias e caminhões de bombeiros se encaminharam à estação de metrô de concreto e vidro de Sennaya Ploschad, e um helicóptero sobrevoou o local enquanto uma multidão se formava.
A explosão subterrânea abriu um enorme buraco na lateral de um vagão, e estilhaços de metal se espalharam pela plataforma. Passageiros foram vistos esmurrando as janelas de um vagão fechado.
A Rússia tem sido alvo de ataques de militantes separatistas islâmicos chechenos nos últimos anos. O Estado Islâmico, que recrutou entre as fileiras dos rebeldes chechenos, também ameaçou realizar ataques em solo russo em retaliação à intervenção militar russa na Síria.
A Força Aérea e forças especiais russas estão apoiando a reação do presidente sírio, Bashar al-Assad, contra grupos rebeldes e combatentes do Estado Islâmico que atualmente estão sendo expulsos de seus bastiões na Síria.
Inicialmente os serviços de emergência de São Petersburgo disseram ter havido duas explosões, mas mais tarde uma fonte dos serviços disse só ter havido uma, que aconteceu em um túnel entre estações. A detonação ocorreu às 2h40 locais, bem depois do horário de pico noturno.
As autoridades fecharam todas as estações de metrô de São Petersburgo. O metrô de Moscou disse estar adotando medidas de segurança não reveladas para o caso de um ataque.
A Rússia está especialmente atenta a rebeldes chechenos voltando da Síria e a quaisquer tentativas de retomar os ataques que assombraram o país vários anos atrás.
Pelo menos 38 pessoas foram mortas em 2010 quando duas suicidas detonaram bombas em trens de metrô lotados em Moscou.
Mais de 330 pessoas, metade delas crianças, foram mortas em 2004 quando a polícia invadiu uma escola do sul do país onde militantes islâmicos fizeram reféns. Em 2002, 120 reféns morreram quando a polícia invadiu um teatro de Moscou para encerrar outro sequestro.
À época primeiro-ministro, Putin lançou uma campanha em 1999 para acabar com um governo separatista na Chechênia, região muçulmana do sul, e como presidente manteve a linha dura na supressão da rebelião.