Arquivos secretos revelam contatos de Thatcher e Reagan
Carta de ex-primeira-ministra da Grã-Bretanha diz que presidente americano seria a "única pessoa" que podia entendê-la sobre a Guerra das Malvinas
Da Redação
Publicado em 13 de abril de 2013 às 15h00.
Londres - A ex-primeira-ministra da Grã-Bretanha Margaret Thatcher escreveu uma carta emotiva ao então presidente dos EUA Ronald Reagan durante a Guerra das Malvinas, em 1982, dizendo ser ele a "única pessoa" que podia entendê-la, de acordo com documentos até então secretos divulgados nesta sexta-feira.
Os arquivos revelados removem o mistério sobre os contatos entre os dois líderes durante a crise e revelam a extensão da pressão que Thatcher sentiu quando a Argentina invadiu o arquipélago do Atlântico Sul para reivindicar o que considera ser seu território soberano, provocando a guerra de dez semanas.
Em um arquivo, a dura e franca Thatcher qualificou os momentos que antecederam a reação à invasão argentina como os "piores, acho, que da minha vida", enquanto cartas dela na época a Reagan mostram sua confiança no presidente dos EUA e a estreita relação de trabalho entre os dois.
"Estou escrevendo a você em separado, porque acho que você é a única pessoa que vai entender o significado do que estou tentando dizer", disse Thatcher a Reagan, em uma carta, afirmando que os princípios da democracia, liberdade e justiça estavam em jogo.
A Grã-Bretanha viveu um momento de suspense quando Thatcher enviou uma força-tarefa naval para as ilhas Malvinas, chamadas de Falklands pelos britânicos, após a invasão argentina. Apesar de perder vários navios de guerra, os britânicos finalmente recuperaram o arquipélago do Atlântico Sul 74 dias depois. Na guerra morreram 649 argentinos e 255 soldados britânicos.
De modo geral, os arquivos mostram que Thatcher destacou a relação especial entre Grã-Bretanha e EUA quando pediu a ajuda de Reagan em uma carta na qual termina assinando "com um abraço pessoal, Margaret".
"Eu também acredito que a amizade entre os Estados Unidos e a Grã-Bretanha importa muito para o futuro do mundo livre", escreveu ela.
Mantidos em segredo por 30 anos, os arquivos revelam manobras políticas de Thatcher durante outros eventos em 1982, incluindo a guerra Irã-Iraque, a imposição do regime militar na Polônia e a invasão israelense do Líbano.
Os documentos também mostram que as atitudes britânicas em relação aos EUA eram menos marcadas pela deferência do que sugerem as cartas da primeira-ministra a Reagan.
Em uma transcrição de uma conversa telefônica entre Thatcher e seu ministro das Relações Exteriores, ela critica o estilo de comunicação de Reagan, descrevendo uma mensagem do presidente como "tão vaga que eu não acho que valeu a pena a leitura, quando chegou às 23h30 na noite passada".
Em outro arquivo, ela descreve Reagan, um ator que virou político, como alguém que "sabe muito menos do que parece".
No entanto, um documento mostra o quão profundamente em dívida para com os Estados Unidos as autoridades britânicas se sentiram por sua "ajuda clandestina" durante a guerra das Malvinas -- apoio que os Estados Unidos queriam manter em segredo.
Os EUA ajudaram a Grã-Bretanha com equipamentos de inteligência e comunicações, bem como com apoio militar, tais como munição, diz o documento, confirmando informações já de domínio público.
Londres - A ex-primeira-ministra da Grã-Bretanha Margaret Thatcher escreveu uma carta emotiva ao então presidente dos EUA Ronald Reagan durante a Guerra das Malvinas, em 1982, dizendo ser ele a "única pessoa" que podia entendê-la, de acordo com documentos até então secretos divulgados nesta sexta-feira.
Os arquivos revelados removem o mistério sobre os contatos entre os dois líderes durante a crise e revelam a extensão da pressão que Thatcher sentiu quando a Argentina invadiu o arquipélago do Atlântico Sul para reivindicar o que considera ser seu território soberano, provocando a guerra de dez semanas.
Em um arquivo, a dura e franca Thatcher qualificou os momentos que antecederam a reação à invasão argentina como os "piores, acho, que da minha vida", enquanto cartas dela na época a Reagan mostram sua confiança no presidente dos EUA e a estreita relação de trabalho entre os dois.
"Estou escrevendo a você em separado, porque acho que você é a única pessoa que vai entender o significado do que estou tentando dizer", disse Thatcher a Reagan, em uma carta, afirmando que os princípios da democracia, liberdade e justiça estavam em jogo.
A Grã-Bretanha viveu um momento de suspense quando Thatcher enviou uma força-tarefa naval para as ilhas Malvinas, chamadas de Falklands pelos britânicos, após a invasão argentina. Apesar de perder vários navios de guerra, os britânicos finalmente recuperaram o arquipélago do Atlântico Sul 74 dias depois. Na guerra morreram 649 argentinos e 255 soldados britânicos.
De modo geral, os arquivos mostram que Thatcher destacou a relação especial entre Grã-Bretanha e EUA quando pediu a ajuda de Reagan em uma carta na qual termina assinando "com um abraço pessoal, Margaret".
"Eu também acredito que a amizade entre os Estados Unidos e a Grã-Bretanha importa muito para o futuro do mundo livre", escreveu ela.
Mantidos em segredo por 30 anos, os arquivos revelam manobras políticas de Thatcher durante outros eventos em 1982, incluindo a guerra Irã-Iraque, a imposição do regime militar na Polônia e a invasão israelense do Líbano.
Os documentos também mostram que as atitudes britânicas em relação aos EUA eram menos marcadas pela deferência do que sugerem as cartas da primeira-ministra a Reagan.
Em uma transcrição de uma conversa telefônica entre Thatcher e seu ministro das Relações Exteriores, ela critica o estilo de comunicação de Reagan, descrevendo uma mensagem do presidente como "tão vaga que eu não acho que valeu a pena a leitura, quando chegou às 23h30 na noite passada".
Em outro arquivo, ela descreve Reagan, um ator que virou político, como alguém que "sabe muito menos do que parece".
No entanto, um documento mostra o quão profundamente em dívida para com os Estados Unidos as autoridades britânicas se sentiram por sua "ajuda clandestina" durante a guerra das Malvinas -- apoio que os Estados Unidos queriam manter em segredo.
Os EUA ajudaram a Grã-Bretanha com equipamentos de inteligência e comunicações, bem como com apoio militar, tais como munição, diz o documento, confirmando informações já de domínio público.