Uma mulher passa pela imagem de uma nota de 100 dólares em Buenos Aires, em 14 de agosto de 2023 (AFP)
Redação Exame
Publicado em 12 de outubro de 2023 às 17h32.
Última atualização em 12 de outubro de 2023 às 17h49.
O índice de preços ao consumidor da Argentina teve crescimento de 12,7% em setembro, na comparação com agosto, informou nesta quinta-feira, 12, o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec). O resultado representa uma aceleração, já que em agosto o índice ficou em 12,4%.
Na comparação somando os últimos 12 meses, o avanço foi de 138,3% em setembro. O resultado também mostra aceleração, depois de uma alta anual de 124,4% em agosto.
Há temores no mercado argentino de que a inflação de outubro seja ainda maior, por conta da disparada do dólar no mercado paralelo. A cotação chamada de blue superou 1.000 pesos por dólar nesta semana, pela primeira vez na história. Nesta quinta, 12, houve recuo e o dólar blue fechou o dia a 980 pesos.
A alta da moeda americana e da inflação ocorre em meio à campanha eleitoral para a escolha de um novo presidente. Javier Milei, candidato que lidera as pesquisas para as eleições presidenciais, defende dolarizar a economia e tem feito ataques contra o peso. Na segunda, 9, ele disse, em resposta a um questionamento sobre investimentos com a moeda nacional, "Jamais em pesos, o peso é uma moeda que não vale nem como esterco, esses lixos não valem nem como adubo", afirmou.
Na quarta, 11, o presidente Alberto Fernández entrou na Justiça contra Milei, por acusá-lo de intimidação pública, com base em suas declarações contra a moeda nacional. No processo, Fernández defende que as falas "constituem uma afronta severa ao sistema democrático que nos rege como país, redudando em uma gravidade institucional inusitada para a República". O caso será analisado pela Justiça Federal do país.
"A casta tem medo. A liberdade avança. Viva a liberdade, c******", escreveu Milei em uma rede social, após ser processado.
O primeiro turno da eleição presidencial na Argentina será realizado em 22 de outubro. Segundo um compilado das últimas pesquisas divulgadas entre o fim de agosto e 1º de outubro, elaborado pelo jornal "El País", Milei tem atualmente 35,3% dos votos, ante 30% de Sergio Massa, candidato governista e de esquerda, e 25,9% de Patrícia Bullrich, de centro-direita e ligada ao ex-presidente Mauricio Macri (2015-19).
Se os percentuais se mantiverem, haverá segundo turno entre Milei e Massa, a ser disputado em 19 de novembro. No domingo, 8, houve o segundo e último debate entre os candidatos, marcado por uma série de ataques entre eles.
Com AE.