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Argentina divulga listas de intelectuais proibidos

Esta lista faz parte da descoberta de 1.500 pastas, incluindo 280 atas secretas do regime, que tiveram sua existência anunciada na segunda-feira

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2013 às 15h46.

Buenos Aires - O governo argentino divulgou nesta quinta-feira as listas negras de centenas de artistas, intelectuais e jornalistas proibidos pela última ditadura (1976/83) que eram acusados de ter antecedentes ideológicos marxistas.

"Registra antecedentes ideológicos marxistas que tornam aconselhável sua não entrada e/ou permanência na administração pública", dizia a indicação Fórmula 4 (F4), na qual estavam incluídos os que eram considerados os mais perigosos, segundo os documentos divulgados nesta quinta-feira pelo Ministério da Defesa.

Esta lista faz parte da descoberta de 1.500 pastas, incluindo 280 atas secretas do regime, que tiveram sua existência anunciada na segunda-feira pelo ministro da Defesa, Agustín Rossi.

Quarenta e seis pessoas, entre elas 22 jornalistas, seguiram na lista de pessoas proibidas até o fim da ditadura, em dezembro de 1983, mas listas anteriores chegaram a conter 350 nomes.

Entre os proibidos até o fim do regime apareciam os jornalistas Jacobo Timerman, Andrés Alsina Brea e Rafael de San Martín, que é identificado como o "jornalista-oficial do Exército de Cuba", o artista plástico brasileiro Juan Scalco, o escritor Julio Cortázar, o músico Miguel Angel Estrella, o cineasta Octavio Getino, entre outros.

Os atores Alfredo Alcón, Héctor Alterio, Luis Brandoni, Federico Luppi, Lautaro Murúa, Norma Aleandro, Marilina Ross e Nacha Guevara foram alguns dos que apareciam na primeira lista encontrada, que data de abril de 1979 e contém 285 nomes, todos sob a classificação de "Fórmula 4".


Entre eles também estavam os jornalistas e escritores Osvaldo Bayer, Tomás Eloy Martínez, Dalmiro Sáez, David Viñas, Rodolfo Puiggrós, Francisco 'Paco' Urondo (desaparecido) e músicos como Osvaldo Pugliese, Mercedes Sosa, Horacio Guarany e Atahualpa Yupanqui, além do pintor Antonio Berni.

Da lista dos jornalistas, quatro estão desaparecidos.

A segunda lista, atualizada no dia 31 de janeiro de 1980, inclui 331 nomes com a mais grave classificação, e em seu cabeçalho há recomendações como "estes antecedentes não devem ser divulgados" e "devem ser incinerados".

A descoberta do arquivo, que estava em um subsolo do Edifício Cóndor, sede da Força Aérea, foi anunciada na segunda-feira pelo ministro da Defesa, Agustín Rossi.

Em setembro de 1982, a Secretaria de Informação Pública (SIP) recomendava iniciar "uma transição para uma vida institucional plena" e "evitar medidas oficiais que atentem contra essa imagem", razão pela qual a estratégia seria normalizar a situação dessas pessoas "de forma gradual e harmônica", segundo os documentos.

A ditadura começou a ruir após a derrota militar argentina em junho de 1982 na guerra com a Grã-Bretanha pelas Ilhas Malvinas.

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Buenos Aires - O governo argentino divulgou nesta quinta-feira as listas negras de centenas de artistas, intelectuais e jornalistas proibidos pela última ditadura (1976/83) que eram acusados de ter antecedentes ideológicos marxistas.

"Registra antecedentes ideológicos marxistas que tornam aconselhável sua não entrada e/ou permanência na administração pública", dizia a indicação Fórmula 4 (F4), na qual estavam incluídos os que eram considerados os mais perigosos, segundo os documentos divulgados nesta quinta-feira pelo Ministério da Defesa.

Esta lista faz parte da descoberta de 1.500 pastas, incluindo 280 atas secretas do regime, que tiveram sua existência anunciada na segunda-feira pelo ministro da Defesa, Agustín Rossi.

Quarenta e seis pessoas, entre elas 22 jornalistas, seguiram na lista de pessoas proibidas até o fim da ditadura, em dezembro de 1983, mas listas anteriores chegaram a conter 350 nomes.

Entre os proibidos até o fim do regime apareciam os jornalistas Jacobo Timerman, Andrés Alsina Brea e Rafael de San Martín, que é identificado como o "jornalista-oficial do Exército de Cuba", o artista plástico brasileiro Juan Scalco, o escritor Julio Cortázar, o músico Miguel Angel Estrella, o cineasta Octavio Getino, entre outros.

Os atores Alfredo Alcón, Héctor Alterio, Luis Brandoni, Federico Luppi, Lautaro Murúa, Norma Aleandro, Marilina Ross e Nacha Guevara foram alguns dos que apareciam na primeira lista encontrada, que data de abril de 1979 e contém 285 nomes, todos sob a classificação de "Fórmula 4".


Entre eles também estavam os jornalistas e escritores Osvaldo Bayer, Tomás Eloy Martínez, Dalmiro Sáez, David Viñas, Rodolfo Puiggrós, Francisco 'Paco' Urondo (desaparecido) e músicos como Osvaldo Pugliese, Mercedes Sosa, Horacio Guarany e Atahualpa Yupanqui, além do pintor Antonio Berni.

Da lista dos jornalistas, quatro estão desaparecidos.

A segunda lista, atualizada no dia 31 de janeiro de 1980, inclui 331 nomes com a mais grave classificação, e em seu cabeçalho há recomendações como "estes antecedentes não devem ser divulgados" e "devem ser incinerados".

A descoberta do arquivo, que estava em um subsolo do Edifício Cóndor, sede da Força Aérea, foi anunciada na segunda-feira pelo ministro da Defesa, Agustín Rossi.

Em setembro de 1982, a Secretaria de Informação Pública (SIP) recomendava iniciar "uma transição para uma vida institucional plena" e "evitar medidas oficiais que atentem contra essa imagem", razão pela qual a estratégia seria normalizar a situação dessas pessoas "de forma gradual e harmônica", segundo os documentos.

A ditadura começou a ruir após a derrota militar argentina em junho de 1982 na guerra com a Grã-Bretanha pelas Ilhas Malvinas.

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