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Argentina decreta luto por morte do poeta Juan Gelman

Governo decretou três dias de luto pela morte do poeta Juan Gelman, morto na terça na Cidade do México aos 83 anos


	Escritor argentino, Juan Gelman: Gelman é considerado uma referência da literatura em espanhol
 (Quim Llenas/ Getty Images)

Escritor argentino, Juan Gelman: Gelman é considerado uma referência da literatura em espanhol (Quim Llenas/ Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2014 às 12h40.

Buenos Aires - O governo argentino decretou nesta quarta-feira três dias de luto pela morte do poeta Juan Gelman, morto na terça-feira na Cidade do México aos 83 anos e considerado uma referência da literatura em espanhol.

"Nesta manhã, a presidente (Cristina Kirchner) assinou o decreto respectivo, que dispõe a bandeira a meio mastro hoje, quarta-feira 15, amanhã quinta-feira 16 e na sexta-feira 17 de janeiro", informou o Executivo em seu site oficial.

O secretário de Cultura argentino, Jorge Coscia, ressaltou a importância de Gelman para a poesia na língua espanhola e o reconheceu como um escritor que "marcou a fogo a literatura do continente".

"Como funcionário e como homem da cultura, me despeço com pesar, inevitavelmente, de Juan Gelman", disse Coscia ontem à noite, após saber da notícia da morte do poeta.

O secretário de Cultura agradeceu "sua incansável busca por um país melhor, mais justo, livre, digno".

Nascido em Buenos Aires em 1930 no seio de uma família de emigrantes judeus ucranianos, Gelman é considerado inovador por sua capacidade para reinventar a linguagem poética e unir correntes estéticas sem relação aparente.

Escritor incansável contra o esquecimento, sua vida e sua carreira foram marcadas pelo assassinato de seu filho e de sua nora e pelo desaparecimento de sua neta durante a última ditadura militar argentina (1976-1983).

Após décadas de luta, Gelman conheceu no ano 2000 sua neta, Macarena, que havia sido entregue à família de um policial no Uruguai.

Prêmio Cervantes 2007 e Prêmio Rainha Sofía de Poesia Ibero-Americana em 2005, o poeta argentino morreu em sua casa na capital do México, onde viveu nas últimas duas décadas, por consequência da síndrome de mielodisplasia que sofria.

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