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Argentina começa julgamento pela repressão da crise de 2001

Justiça iniciou o julgamento pela morte de cinco pessoas durante a sangrenta repressão da explosão social dos dias 19 e 20 de dezembro de 2001


	O ex-presidente argentino Fernando de la Rúa: crise acarretou a saída de de la Rúa da presidência
 (©afp.com / Ho)

O ex-presidente argentino Fernando de la Rúa: crise acarretou a saída de de la Rúa da presidência (©afp.com / Ho)

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Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2014 às 14h53.

Buenos Aires - A Justiça argentina iniciou nesta segunda-feira o julgamento pela morte de cinco pessoas durante a sangrenta repressão da explosão social dos dias 19 e 20 de dezembro de 2001, quando o país estava imerso em uma profunda crise que acarretou a saída de Fernando de la Rúa da presidência.

O ex-presidente é o grande ausente do julgamento realizado em um tribunal de Buenos Aires, diante do qual foi realizada hoje uma manifestação para exigir justiça para as vítimas da crise de 2001, que terminou com um total de 39 mortos em todo o país.

Os acusados são o ex-secretário de Segurança Enrique Mathov, o ex-chefe da polícia Federal Rubén Santos e quinze ex-policiais.

Os réus são acusados pela morte de Alberto Márquez, Gastón Riva, Carlos Almirón e Diego Lamagna e por tentativa de homicídio de Martin Galli e Paula Simonetti, além de lesões corporais em 117 pessoas.

De la Rúa foi inocentado pois a Justiça considerou que o ex-presidente atuou legitimamente e de acordo com a Constituição ao declarar estado de sítio em 19 de dezembro diante da explosão social contra seu governo, que o obrigou a renunciar no dia seguinte e abandonar a Casa de Rosada em um helicóptero.

Movimentos políticos e associações civis criticaram o fato do ex-governante não estar no banco dos réus.

"O presidente da Argentina deu a ordem para a repressão", disse à Agência Efe Vilma Ripoll, do Movimento Socialista dos Trabalhadores.

Para Ripoll, "o julgamento vem 12 anos atrasado", mas pode ser considerado um "triunfo" porque abre um precedente para que "atuais policiais e funcionários não repitam a história".

Mais de 500 testemunhas serão convocadas a testemunhar no processo, que pode demorar entre um e dois anos.

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