Argentina anuncia que não pagará próxima parcela da dívida
Anúncio foi feito depois da decisão do tribunal americano que obriga Argentina a pagar US$ 1,3 bilhões a fundos abutres
Da Redação
Publicado em 19 de junho de 2014 às 10h51.
O ministério da Economia da Argentina anunciou nesta quarta-feira que não poderá honrar o próximo pagamento da sua dívida reestruturada, previsto para 30 de junho, em Nova York, devido à decisão de um tribunal dos Estados Unidos de suspender uma medida cautelar.
A Corte de Apelações do Segundo Distrito de Nova York ordenou nesta quarta que seja executada a condenação à Argentina, que deve pagar aproximadamente 1,3 bilhão de dólares aos fundos especulativos em um litígio que remonta aos meses posteriores à moratória declarada pelo país em 2001.
"A suspensão do 'stay' (medida cautelar) por parte da justiça impossibilita o pagamento em Nova York da próxima parcela da dívida reestruturada e revela a ausência de vontade de negociação em condições distintas às obtidas na sentença ditada pelo juiz Griesa", destaca o ministério da Economia.
A nota lamenta a decisão que ordena a execução da sentença do juiz Thomas Griesa, de deliberou a favor dos fundos especulativos, conhecidos como "Abutres" na Argentina, em um processo que já dura doze anos.
O comunicado reafirma "a disposição da Argentina de pagar os credores da dívida reestruturada, aos quais sempre tem oferecido as mesmas condições, de acordo com a lei do país".
Na segunda-feira, a Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou revisar a sentença do juiz Griesa.
Em 2012, esse mesmo juiz havia dado razão aos fundos NML Capital e Aurelius, que compraram títulos podres argentinos e se negaram a aderir ao reescalonamento oferecido pelo país em 2005 e 2010.
Na audiência desta quarta-feira, advogados da Argentina comunicaram à corte que uma delegação viajará a Nova York na próxima semana para tentar negociar com os fundos.
"Estamos preparados para sentar (em negociação) com eles", afirmou Robert Cohen, que representa a NML.
A presidente argentina, Cristina Kirchner, disse na segunda-feira que seu país não voltará a declarar moratória, mas ressaltou, contudo que a Argentina "não será submetida à extorsão".