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Argélia confirma que operação de resgate não terminou

Ministro de Comunicação argelino anunciou hoje que "ainda continua" a operação militar, na qual "um número grande de terroristas foi neutralizado


	Placa na estrada indica campo de exploração de gás de Amenas, onde ocorreram os sequestros dos militantes islâmicos
 (Kjetil Alsvik/Statoil/Divulgação)

Placa na estrada indica campo de exploração de gás de Amenas, onde ocorreram os sequestros dos militantes islâmicos (Kjetil Alsvik/Statoil/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 17 de janeiro de 2013 às 17h15.

Argel/Nouakchott - As autoridades argelinas confirmaram nesta quinta-feira que segue em andamento a operação de resgate montada pelo Exército para libertar centenas de trabalhadores que foram capturados ontem por um grupo salafista que se apoderou de um campo de tratamento de gás no sul da Argélia.

Em entrevista concedida à televisão estatal da Argélia, o ministro de Comunicação argelino, Mohammed Said, anunciou hoje que "ainda continua" a operação militar, na qual "um número grande de terroristas foi neutralizado" e lamentou que na operação tenham sido registrados "alguns mortos e feridos", sem oferecer números precisos.

Por sua parte, a agência oficial argelina "APS", que citou fontes locais, informou que o Exército da Argélia libertou hoje cerca de 600 trabalhadores argelinos sequestrados e várias dezenas de cidadãos estrangeiros, mas não deu detalhes sobre como aconteceu a operação.

O ataque e posterior sequestro foram reivindicados por um grupo denominado "Signatários com Sangue", pertencente à denominada "Brigada dos Mascarados", dirigida pelo argelino Mojtar Belmojtar, que então se desvinculou do grupo terrorista Al Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI).

O grupo de Belmojtar disse que a ação é a resposta ao apoio argelino às tropas francesas que desde a sexta-feira passada combatem junto ao Exército malinês contra os grupos jihadistas que controlam as províncias setentrionais do Mali.


Said declarou que foram tomadas todas as medidas possíveis para preservar as vidas humanas e levar a bom termo a operação militar, que, segundo o ministro, é consequência do "extremismo dos terroristas".

Além disso, o ministro insistiu que Argélia não negociará com os terroristas e que não aceitará nenhuma "chantagem" que represente uma ruptura em sua luta contra o terrorismo, marcada oficialmente por sua rejeição ao pagamento de resgates ou à concessão de exigências.

Said acusou em entrevista concedida ao canal estatal uma "multinacional" terrorista do ataque, em uma referência indireta à Al Qaeda e a acusou de pretender "envolver" a Argélia no conflito malinês, assim como de querer desestabilizar o Estado argelino e "destruir sua economia nacional", baseada na venda de hidrocarbonetos.

Também comentou que o Governo argelino está em contato permanente com os países que têm algum cidadão retido pelos terroristas.

A agência "APS" também informou que 30 reféns argelinos conseguiram escapar e foram resgatados por helicópteros que sobrevoavam a região.

Segundo "fontes no terreno" que a agência estatal argelina não identificou, metade dos reféns estrangeiros foram libertados.


Após o ataque, os terroristas disseram através da agência privada mauritana "ANI", sua principal via de comunicação, que mantinham em seu poder e com vida sete cidadãos ocidentais: três belgas, dois americanos, um japonês e um britânico.

Anteriormente, os jihadistas haviam declarado que 35 sequestrados e 15 sequestradores morreram em um bombardeio que o Exército argelino efetuou hoje contra o campo de gás quando os terroristas tentavam transportar parte dos reféns a um lugar mais seguro.

No entanto, o Governo de Argel não fez comentários sobre estes dados e não informou em nenhum momento sobre eventuais vítimas, além do argelino e do britânico que morreram ontem durante o ataque, que deixou outros seis feridos.

Em dezembro, tanto Belmojtar como o máximo lider da AQMI, Abdelmalek Drukdal, conhecido como Abu Musab Abuludud, ameaçaram lançar ataques contra os países que participassem de uma eventual intervenção militar contra os grupos salafistas estabelecidos no norte do Mali.

Estas ameaças parecem ter se cumprido e países como França e Espanha já solicitaram a seus cidadãos "extremar a vigilância e a prudência" pelos "possíveis efeitos sobre a segurança" que possam derivar da intervenção no Mali. EFE

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