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Arábia Saudita quer garantia de não interferência do Irã

O secretário americano procura tranquilizar os aliados de Washington no Oriente Médio em relação ao acordo sobre o programa nuclear

Usina nuclear no Irã: o Irã e as potências do grupo 5+1 chegaram a um acordo final sobre o programa nuclear iraniano após 22 meses de intensas negociações (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2015 às 16h16.

A Arábia Saudita espera que o secretário de Defesa americano, Ashton Carter, que se reuniu nesta quarta-feira com o rei Salman em Jidá, dê garantias que impedirão o Irã de "interferir" nos assuntos de seus vizinhos árabes.

Carter também se reuniu com seu colega saudita, o príncipe Mohamed Ben Salman Ben Abdel Aziz.

O secretário americano procura tranquilizar os aliados de Washington no Oriente Médio em relação ao acordo sobre o programa nuclear iraniano, durante um giro regional por Israel, Jordânia e Arábia Saudita.

Em Jerusalém ele se encontrou com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que se recusa a aceitar o acordo histórico assinado em 14 de julho, sob o qual Teerã concordou em reduzir sua capacidade nuclear em troca de uma retirada gradual, embora reversível, das sanções internacionais.

O Irã e as potências do grupo 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas- Rússia, China, França e Reino Unido - e Alemanha) chegaram a um acordo final sobre o programa nuclear iraniano após 22 meses de intensas negociações.

Riad e seus aliados do Golfo acreditam que este acordo possibilitará expansão da influência do Irã na região.

Terrã já é acusado de "interferência" no Iraque, Síria, Líbano, Iêmen e Bahrein, uma vez que apoia os governos da Síria e do Iraque, enviando conselheiros militares para combater principalmente o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), e também os rebeldes huthis no Iêmen, que são combatidos pela Arábia Saudita por meio de uma coalizão árabe.

Os sauditas lideram desde 26 de março uma campanha de ataques aéreos no Iêmen que deteriorou ainda mais as relações com a República Islâmica do Irã.

O reino da Arábia Saudita segue o wahabismo, uma doutrina sunita baseada em uma interpretação literal e rigorosa do Corão. Já o Irã é liderado por um regime xiita.

Teerã também apoia os opositores no Bahrin à dinastia sunita no poder, apoiada por Riad; o movimento libanês Hezbollah e os grupos islamitas palestinos Hamas e Jihad Islâmica.

Na semana passada, o ministro das Relações Exteriores saudita, Adel al Jubeir, advertiu o Irã sobre qualquer tentativa de usar o dinheiro gerado com o levantamento das sanções para financiar "aventuras na região."

De acordo com um diplomata ocidental, Arábia Saudita e Israel têm o mesmo posicionamento no que diz respeito ao acordo.

"Os sauditas pensam que (o acordo) é um erro, mas não o dizem de forma tão enfática como os israelenses", disse ele.

A desconfiança em relação ao Irã poderia provocar uma corrida armamentista para a bomba atômica no Oriente Médio, de acordo com o diplomata.

Ashton Carter propôs à Arábia Saudita reforçar a cooperação militar. Um alto funcionário da Defesa dos Estados Unidos garantiu que Washington planeja falar sobre a formação e treinamento das forças especiais, de segurança informática, e de defesa antimísseis.

"Vamos continuar a trabalhar com Israel e com outros parceiros na região para combater a ameaça do Irã, como fazemos contra a organização Estado Islâmico", afirmou Carter na terça-feira.

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A Arábia Saudita espera que o secretário de Defesa americano, Ashton Carter, que se reuniu nesta quarta-feira com o rei Salman em Jidá, dê garantias que impedirão o Irã de "interferir" nos assuntos de seus vizinhos árabes.

Carter também se reuniu com seu colega saudita, o príncipe Mohamed Ben Salman Ben Abdel Aziz.

O secretário americano procura tranquilizar os aliados de Washington no Oriente Médio em relação ao acordo sobre o programa nuclear iraniano, durante um giro regional por Israel, Jordânia e Arábia Saudita.

Em Jerusalém ele se encontrou com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que se recusa a aceitar o acordo histórico assinado em 14 de julho, sob o qual Teerã concordou em reduzir sua capacidade nuclear em troca de uma retirada gradual, embora reversível, das sanções internacionais.

O Irã e as potências do grupo 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas- Rússia, China, França e Reino Unido - e Alemanha) chegaram a um acordo final sobre o programa nuclear iraniano após 22 meses de intensas negociações.

Riad e seus aliados do Golfo acreditam que este acordo possibilitará expansão da influência do Irã na região.

Terrã já é acusado de "interferência" no Iraque, Síria, Líbano, Iêmen e Bahrein, uma vez que apoia os governos da Síria e do Iraque, enviando conselheiros militares para combater principalmente o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), e também os rebeldes huthis no Iêmen, que são combatidos pela Arábia Saudita por meio de uma coalizão árabe.

Os sauditas lideram desde 26 de março uma campanha de ataques aéreos no Iêmen que deteriorou ainda mais as relações com a República Islâmica do Irã.

O reino da Arábia Saudita segue o wahabismo, uma doutrina sunita baseada em uma interpretação literal e rigorosa do Corão. Já o Irã é liderado por um regime xiita.

Teerã também apoia os opositores no Bahrin à dinastia sunita no poder, apoiada por Riad; o movimento libanês Hezbollah e os grupos islamitas palestinos Hamas e Jihad Islâmica.

Na semana passada, o ministro das Relações Exteriores saudita, Adel al Jubeir, advertiu o Irã sobre qualquer tentativa de usar o dinheiro gerado com o levantamento das sanções para financiar "aventuras na região."

De acordo com um diplomata ocidental, Arábia Saudita e Israel têm o mesmo posicionamento no que diz respeito ao acordo.

"Os sauditas pensam que (o acordo) é um erro, mas não o dizem de forma tão enfática como os israelenses", disse ele.

A desconfiança em relação ao Irã poderia provocar uma corrida armamentista para a bomba atômica no Oriente Médio, de acordo com o diplomata.

Ashton Carter propôs à Arábia Saudita reforçar a cooperação militar. Um alto funcionário da Defesa dos Estados Unidos garantiu que Washington planeja falar sobre a formação e treinamento das forças especiais, de segurança informática, e de defesa antimísseis.

"Vamos continuar a trabalhar com Israel e com outros parceiros na região para combater a ameaça do Irã, como fazemos contra a organização Estado Islâmico", afirmou Carter na terça-feira.

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