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Arábia Saudita diz que assassinato de Khashoggi foi "erro grave"

O jornalista Khashoggi, de 59 anos, desapareceu depois de entrar no consulado para obter documentos para se casar

PROTESTO: "Eles cometeram um erro quando mataram Jamal Khashoggi no consulado e tentaram acobertar", disse o ministro de Relações Exteriores saudita, Adel al-Jubeir (Beawiharta/Reuters)

PROTESTO: "Eles cometeram um erro quando mataram Jamal Khashoggi no consulado e tentaram acobertar", disse o ministro de Relações Exteriores saudita, Adel al-Jubeir (Beawiharta/Reuters)

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Reuters

Publicado em 22 de outubro de 2018 às 08h53.

Washington/Londres - A Arábia Saudita afirmou no domingo que o assassinato do jornalista Jamal no consulado do país em Istambul foi um "erro enorme e grave", mas procurou blindar o poderoso príncipe herdeiro da crise, dizendo que Mohammed bin Salman não estava ciente do caso.

Os comentários do ministro de Relações Exteriores saudita, Adel al-Jubeir, foram alguns dos mais diretos a partirem de Riad, que deu relatos múltiplos e conflitantes sobre o assassinato de Khashoggi em 2 de outubro, primeiro negando sua morte e mais tarde a admitindo em meio a uma crise internacional.

"Essa foi uma operação que foi uma operação clandestina. Essa foi uma operação na qual indivíduos acabaram excedendo a autoridade e as responsabilidades que tinham", disse Jubeir à rede norte-americana Fox.

"Eles cometeram um erro quando mataram Jamal Khashoggi no consulado e tentaram acobertar", afirmou.

As semanas de negação e a falta de provas palpáveis diante das alegações de autoridades da Turquia, segundo as quais Khashoggi foi assassinado, abalaram a confiança global nos laços com o maior exportador de petróleo do mundo.

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Stephen Mnuchin, disse que a admissão saudita de que o colunista do Washington Post foi morto durante uma briga foi um "bom primeiro passo, mas não o suficiente", mesmo assim acrescentando que é prematuro debater sanções contra Riad.

Três potências europeias --Alemanha, Reino Unido e França-- pressionaram a Arábia Saudita para que apresente fatos, e a chanceler alemã, Angela Merkel, disse que a Alemanha não exportará armas ao reino enquanto persistir qualquer incerteza a respeito do destino de Khashoggi.

Na noite de domingo a Agência de Imprensa saudita disse que tanto o rei Salman quanto o príncipe Mohammed ligaram para o filho de Khashoggi, Salah, para dar seus pêsames.

Jubeir transmitiu as condolências para toda a família de Khashoggi na manhã de domingo. "Infelizmente um erro enorme e grave foi cometido, e garanto a vocês que os responsáveis responderão por ele", disse ele à Fox.

Jubeir disse que seu país não sabia que Khashoggi, um cidadão saudita radicado nos EUA, havia sido assassinado nem sabe onde seu corpo está, e também que o príncipe Mohammed não é o responsável.

Khashoggi, de 59 anos, desapareceu depois de entrar no consulado para obter documentos para se casar. Depois de uma quinzena negando qualquer envolvimento em seu desaparecimento, no sábado Riad disse que Khashoggi, um crítico do príncipe da coroa, morreu durante uma briga no edifício. Uma hora mais tarde outra autoridade saudita atribuiu sua morte a uma chave de braço.

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