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Após vitória, direita portuguesa quer mais austeridade

O futuro primeiro-ministro do país Pedro Passos Coelho prometeu priorizar as reformas exigidas pela UE e pelo FMI

Pedro Passos Coelho: "farei de tudo com o objetivo de garantir que Portugal não seja um peso" (Francisco Leong/AFP)
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Da Redação

Publicado em 6 de junho de 2011 às 12h16.

Lisboa - O futuro primeiro-ministro português Pedro Passos Coelho prometeu ocupar-se o quanto antes possível das reformas exigidas pela UE e pelo FMI, e anunciou mais austeridade para que Portugual "não seja um peso" para seus credores, depois das eleições que deram ampla maioria para a direita.

Pela primeira vez desde o advento da democracia em 1974, a direita portuguesa concentra todo o poder com um presidente, um governo e uma maioria parlamentar nas mãos do Partido Social Democrata (PSD).

Em sua primeira declaração após a vitória, Passos Coelho lançou uma mensagem tranquilizadora aos credores de Portugal, que acaba de negociar um empréstimo de 78 bilhões de euros com a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) em troca de um exigente programa de austeridade de três anos.

"Farei de tudo com o objetivo de garantir que Portugal não seja um peso para os países que nos emprestaram o que necessitávamos para assumir nossas responsabilidades e nossos compromissos", declarou Passos Coelho.

Fiel à sua crença de "transparência" e de "dizer a verdade", o líder social-democrata previu "anos muito difíceis" aos portugueses, aos quais anunciou novos sacrifícios "por conta das circunstâncias".

Passos Coelho terá que esperar até o fim de junho ou início de julho para formar um governo e começar a trabalhar.

O processo de sua nomeação como primeiro-ministro começará depois da publicação oficial dos resultados em 15 de junho.

Passos Coelho terá menos de um mês para preparar a primeira "inspeção" da "Troika" - representantes da UE, do FMI e do Banco Central Europeu (BCE) - prevista para o fim de julho.

Até essa data, o próximo governo terá que decidir novas medidas de austeridade para compensar a diminuição "substancial" dos encargos patronais destinados a aumentar a competitividade das empresas.


Além disso, terá de encontrar um comprador para o banco BPN e acabar com as chamadas "golden shares" ("ações especiais") e direitos especiais do Estado nas empresas que cotam em bolsa.

O futuro governo terá de preparar também novas medidas de austeridade para 2012 e iniciar reformas estruturais para dinamizar a economia, cujo PIB deve diminuir, segundo as previsões, em torno de 2%" em 2011 e 2012.

Sobretudo, o novo governo terá que acelerar o ritmo das privatizações, começando pela companhia aérea TAP, cujos trabalhadores ameaçam com uma greve de 15 dias.

Nos mercados financeiros, a vitória de Passos Coelho foi recebida muito favoravelmente na segunda-feira de manhã.

"Trata-se de um resultado positivo na medida em que um governo majoritário é uma condição necessária para o êxito do programa UE-FMI", afirmou a Barclays Capital em nota de análise.

O Banco Espírito Santo de Investimento (BESI) cumprimentou, por sua vez, a vontade "de Passos Coelho de ir além das medidas previstas para restaurar a credibilidade de Portugal e a confiança dos mercados".

Os portugueses, no entanto, não dividem o entusiasmo do mercado financeiro, como prova o recorde de 41% de abstenção, a mais alta desde o início do ciclo democrático, em 1974.

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Lisboa - O futuro primeiro-ministro português Pedro Passos Coelho prometeu ocupar-se o quanto antes possível das reformas exigidas pela UE e pelo FMI, e anunciou mais austeridade para que Portugual "não seja um peso" para seus credores, depois das eleições que deram ampla maioria para a direita.

Pela primeira vez desde o advento da democracia em 1974, a direita portuguesa concentra todo o poder com um presidente, um governo e uma maioria parlamentar nas mãos do Partido Social Democrata (PSD).

Em sua primeira declaração após a vitória, Passos Coelho lançou uma mensagem tranquilizadora aos credores de Portugal, que acaba de negociar um empréstimo de 78 bilhões de euros com a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) em troca de um exigente programa de austeridade de três anos.

"Farei de tudo com o objetivo de garantir que Portugal não seja um peso para os países que nos emprestaram o que necessitávamos para assumir nossas responsabilidades e nossos compromissos", declarou Passos Coelho.

Fiel à sua crença de "transparência" e de "dizer a verdade", o líder social-democrata previu "anos muito difíceis" aos portugueses, aos quais anunciou novos sacrifícios "por conta das circunstâncias".

Passos Coelho terá que esperar até o fim de junho ou início de julho para formar um governo e começar a trabalhar.

O processo de sua nomeação como primeiro-ministro começará depois da publicação oficial dos resultados em 15 de junho.

Passos Coelho terá menos de um mês para preparar a primeira "inspeção" da "Troika" - representantes da UE, do FMI e do Banco Central Europeu (BCE) - prevista para o fim de julho.

Até essa data, o próximo governo terá que decidir novas medidas de austeridade para compensar a diminuição "substancial" dos encargos patronais destinados a aumentar a competitividade das empresas.


Além disso, terá de encontrar um comprador para o banco BPN e acabar com as chamadas "golden shares" ("ações especiais") e direitos especiais do Estado nas empresas que cotam em bolsa.

O futuro governo terá de preparar também novas medidas de austeridade para 2012 e iniciar reformas estruturais para dinamizar a economia, cujo PIB deve diminuir, segundo as previsões, em torno de 2%" em 2011 e 2012.

Sobretudo, o novo governo terá que acelerar o ritmo das privatizações, começando pela companhia aérea TAP, cujos trabalhadores ameaçam com uma greve de 15 dias.

Nos mercados financeiros, a vitória de Passos Coelho foi recebida muito favoravelmente na segunda-feira de manhã.

"Trata-se de um resultado positivo na medida em que um governo majoritário é uma condição necessária para o êxito do programa UE-FMI", afirmou a Barclays Capital em nota de análise.

O Banco Espírito Santo de Investimento (BESI) cumprimentou, por sua vez, a vontade "de Passos Coelho de ir além das medidas previstas para restaurar a credibilidade de Portugal e a confiança dos mercados".

Os portugueses, no entanto, não dividem o entusiasmo do mercado financeiro, como prova o recorde de 41% de abstenção, a mais alta desde o início do ciclo democrático, em 1974.

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