Diante do necrotério na pequena cidade de Sion, sul da Suíça, a quinta-feira era marcada pela chegada dos parentes das vítimas (Sebastien Bozon/AFP)
Da Redação
Publicado em 15 de março de 2012 às 11h21.
Sion - Depois da comoção provocada pelo acidente de ônibus na Suíça que matou 28 pessoas, incluindo 22 estudantes belgas, os suíços começam a questionar as causas do desastre em meio ao luto generalizado.
Diante do necrotério na pequena cidade de Sion, sul da Suíça, a quinta-feira era marcada pela chegada dos parentes das vítimas.
O acesso ao edifício foi fechado pela polícia, que permitia a passagem de poucos anônimos para depositar flores, sob os olhares de dezenas de jornalistas.
"As famílias estão aqui para identificar os corpos e para ajudar com aqueles que até o momento não puderam ser identificados", disse à AFP uma fonte policial, que confirmou que alguns corpos já foram repatriados para a Bélgica.
O corpo do motorista do ônibus ainda será submetido a exames para determinar se ele sofreu algum problema de saúde que provocou a perda de controle do veículo.
Dois aviões de transporte C-130 Hércules do Exército belga foram disponibilizados pelo governo para repatriar as vítimas do acidente, que deixou a Suíça e a Bélgica em choque.
De acordo com o ministério belga da Saúde, as 24 crianças mortas na tragédia já foram identificadas.
Nesta quinta-feira, a cidade de Sion celebrará uma missa em memória das vítimas.
Ao mesmo tempo, os primeiros questionamentos sobre a segurança do túnel onde aconteceu a tragédia, e em especial da chamada 'área de segurança' onde o ônibus bateu, começaram a ser feitos.
"Seria necessário prever uma velocidade mais reduzida para os veículos pesados ou modificar a concepção das áreas de segurança", afirma o jornal Le Temps.
O jornal Tages-Anzeiger, de Zurique, também questiona as áreas de segurança, construídas na parede do túnel e que supostamente possuem ângulos que representam um perigo mortal em caso de colisão.
"Foi apenas por causa deste muro (em ângulo reto) que uma colisão frontal aconteceu", afirma a publicação, antes de recordar que este recurso de construção é generalizado nos túneis suíços.
Antonello Laveglia, porta-voz da Agência Geral de Rodovias (OFROU), afirmou à AFP que o túnel de Sierre, local da tragédia, foi construído em 1999 e, portanto, respeita as normas atuais em termos de ventilação, saídas de emergência, sinalização e disponibilidade de energia.
As áreas de segurança também respeitam as normas de segurança, "mas depois do que aconteceu não podemos descartar que alguma coisa seja discutida ou alterada", concluiu.