Após protestos, apoio a Piñera desaba para 6%, o menor nível desde 1990
No último ano, o presidente chileno Sebastián Piñera perdeu 19 pontos de aprovação e sua rejeição subiu 32 pontos percentuais
Reuters
Publicado em 16 de janeiro de 2020 às 17h31.
Última atualização em 16 de janeiro de 2020 às 19h26.
Santiago — Os protestos que atingiram o Chile nos últimos meses derrubaram a 6% a aprovação ao governo do presidente chileno, Sebastián Piñera , de acordo com pesquisa divulgada na quinta-feira.
A pesquisa do Centro de Estudos Públicos (CEP) mostrou que o apoio ao presidente conservador caiu 19 pontos ante levantamentos anteriores, enquanto a rejeição subiu 32 pontos percentuais e chegou a 82%.
"Esta é a pior avaliação que teve um presidente desde o retorno à democracia", disse Ricardo González, coordenador de Opinião Pública do CEP.
O resultado relativo ao presidente se soma ao acentuado declínio generalizado na confiança nas instituições, com quedas superiores a 10 pontos entre serviços de segurança e militares.
O Chile submergiu em intensos protestos desde meados de outubro, motivados por uma alta no preço dos transportes, mas que se estenderam a outras demandas.
Entre os entrevistados, 81% consideram que o governo agiu mal ou muito mal durante a crise social.
A pesquisa revelou que os itens mais solicitados foram aposentadorias, saúde e educação. Mais da metadedos entrevistados mostrou apoio às manifestações, e 64%consideraram que a polícia violou os direitos humanos.
A pesquisa mostrou ainda que 47% consideram que a democracia no país funciona mal ou muito mal, enquanto 44% acreditam que funciona regular.
A pesquisa contou com 1.496 entrevistas em todo o país entre 28 de novembro e 6 de janeiro, com margem de erro de mais ou menos 3 pontos.