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Após prisões, dirigentes aprovam reforma e criam "Nova Fifa"

Necessidade de reforma: abalada por prisões e fuga dos patrocinadores, a Fifa registrou o 1º déficit em 14 anos, com um buraco de US$ 103 mi

Necessidade de reforma: abalada por prisões e fuga dos patrocinadores, a Fifa registrou o 1º déficit em 14 anos, com um buraco de US$ 103 mi (VALERIANO DI DOMENICO/AFP)
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Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2015 às 13h57.

Zurique - Apesar das prisões de mais cartolas do futebol na manhã desta quinta-feira, a Fifa foi adiante com seus planos de reformas, as maiores em 111 anos de história.

Um acordo entre dirigentes permitiu a criação de uma nova constituição para a entidade que, abalada por prisões e fuga dos patrocinadores, registrou o primeiro déficit em 14 anos, com um buraco de US$ 103 milhões em 2015.

Para reverter a crise financeira e restaurar a imagem da entidade, os executivos aprovaram uma reforma da organização. Pelo menos três multinacionais estariam dispostas a assinar um acordo com a Fifa. Mas querem garantias de que as mudanças vão ocorrer.

A refundação da Fifa não veio sem conflito interno. A proposta original, de Domenico Scala, tentou ser diluída por dirigentes asiáticos e por aliados de Joseph Blatter.

A ideia de colocar limite a mandatos havia sido enterrada. Mas, pressionados pelos cartolas dos Estados Unidos e apoiados pela Conmebol, os integrantes do Comitê Executivo conseguiram avançar com a reforma.

"Sou contra. Mas se isso é o que precisa para restabelecer a imagem da Fifa, vou aceitar", prometeu Ahmed Al Sabah, membro do Comitê Executivo e um dos homens mais fortes da entidade atualmente. "A prioridade é a imagem da Fifa."

Enquanto os americanos sabiam que apenas uma reforma profunda poderia salvar a imagem do futebol nos EUA, na América do Sul a direção da Conmebol precisava dar um sinal de que a gestão precisaria mudar.

Pelo menos sete dirigentes da região foram presos ou afastados, enquanto Marco Polo Del Nero segue evitando viagens para fora do Brasil.

Nesta quinta, o clima do encontro foi descrito como sendo "muito parecido a um enterro", diante da prisão de Alfredo Hawit e Juan Ángel Napout, dois vice-presidentes da Fifa.

A intenção da organização era de mostrar ao mundo que uma nova entidade estava sendo criada. Mas, uma vez mais, ela foi abalada por uma intervenção da polícia.

A meta era a de adotar medidas que estão sendo chamadas de "Anti-Havelange". Ou seja, que desmontariam a estrutura de poder montada por anos pelo brasileiro, sem limites de mandatos e nem transparência.

Os advogados estabeleceram uma nova constituição, justamente para afastar a entidade daquela estrutura que hoje passou a ser alvo de investigações.

O pacote adota ainda um limite de três mandatos para presidentes e executivos, o que significa que um dirigente pode ficar no máximo doze anos no poder. Na avaliação dos encarregados pelas reformas, ao limitar os mandatos, a Fifa estaria impedindo a formação de "clubes" dentro da entidade que controlariam decisões importantes.

O Comitê Executivo ainda será transformado em Conselho da Fifa e decisões técnicas sobre contratos passarão a ser examinadas por um grupo de especialista, justamente para evitar que influências políticas determinem a escolha de parceiros comerciais.

Outra decisão será a de publicar o salário do presidente e dos diretores. A meta é a de revelar o que de fato a Fifa paga a seus dirigentes e quanto vai para o futebol.

Um grupo independente ainda vai fazer um "exame de integridade" em cada um dos novos membros do Conselho da Fifa para garantir que nenhum membro esteja sob suspeita m seus respectivos países.

Depois de ser aprovada nesta quinta, a reforma será colocada à votação para as 209 federações nacionais em fevereiro. Mas não deverá haver mudanças.

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Zurique - Apesar das prisões de mais cartolas do futebol na manhã desta quinta-feira, a Fifa foi adiante com seus planos de reformas, as maiores em 111 anos de história.

Um acordo entre dirigentes permitiu a criação de uma nova constituição para a entidade que, abalada por prisões e fuga dos patrocinadores, registrou o primeiro déficit em 14 anos, com um buraco de US$ 103 milhões em 2015.

Para reverter a crise financeira e restaurar a imagem da entidade, os executivos aprovaram uma reforma da organização. Pelo menos três multinacionais estariam dispostas a assinar um acordo com a Fifa. Mas querem garantias de que as mudanças vão ocorrer.

A refundação da Fifa não veio sem conflito interno. A proposta original, de Domenico Scala, tentou ser diluída por dirigentes asiáticos e por aliados de Joseph Blatter.

A ideia de colocar limite a mandatos havia sido enterrada. Mas, pressionados pelos cartolas dos Estados Unidos e apoiados pela Conmebol, os integrantes do Comitê Executivo conseguiram avançar com a reforma.

"Sou contra. Mas se isso é o que precisa para restabelecer a imagem da Fifa, vou aceitar", prometeu Ahmed Al Sabah, membro do Comitê Executivo e um dos homens mais fortes da entidade atualmente. "A prioridade é a imagem da Fifa."

Enquanto os americanos sabiam que apenas uma reforma profunda poderia salvar a imagem do futebol nos EUA, na América do Sul a direção da Conmebol precisava dar um sinal de que a gestão precisaria mudar.

Pelo menos sete dirigentes da região foram presos ou afastados, enquanto Marco Polo Del Nero segue evitando viagens para fora do Brasil.

Nesta quinta, o clima do encontro foi descrito como sendo "muito parecido a um enterro", diante da prisão de Alfredo Hawit e Juan Ángel Napout, dois vice-presidentes da Fifa.

A intenção da organização era de mostrar ao mundo que uma nova entidade estava sendo criada. Mas, uma vez mais, ela foi abalada por uma intervenção da polícia.

A meta era a de adotar medidas que estão sendo chamadas de "Anti-Havelange". Ou seja, que desmontariam a estrutura de poder montada por anos pelo brasileiro, sem limites de mandatos e nem transparência.

Os advogados estabeleceram uma nova constituição, justamente para afastar a entidade daquela estrutura que hoje passou a ser alvo de investigações.

O pacote adota ainda um limite de três mandatos para presidentes e executivos, o que significa que um dirigente pode ficar no máximo doze anos no poder. Na avaliação dos encarregados pelas reformas, ao limitar os mandatos, a Fifa estaria impedindo a formação de "clubes" dentro da entidade que controlariam decisões importantes.

O Comitê Executivo ainda será transformado em Conselho da Fifa e decisões técnicas sobre contratos passarão a ser examinadas por um grupo de especialista, justamente para evitar que influências políticas determinem a escolha de parceiros comerciais.

Outra decisão será a de publicar o salário do presidente e dos diretores. A meta é a de revelar o que de fato a Fifa paga a seus dirigentes e quanto vai para o futebol.

Um grupo independente ainda vai fazer um "exame de integridade" em cada um dos novos membros do Conselho da Fifa para garantir que nenhum membro esteja sob suspeita m seus respectivos países.

Depois de ser aprovada nesta quinta, a reforma será colocada à votação para as 209 federações nacionais em fevereiro. Mas não deverá haver mudanças.

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