Catalunha: Puigdemont foi preso pela polícia rodoviária alemã enquanto voltava de uma palestra na Finlândia para a Bélgica (Ivan Alvarado/Reuters)
Da Redação
Publicado em 28 de março de 2018 às 06h26.
Última atualização em 28 de março de 2018 às 07h20.
Embora não esteja presente, o político catalão Carles Puigdemont volta ao centro das discussões no parlamento da Catalunha nesta quarta-feira.
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Depois que Puigdemont foi preso na Alemanha no último domingo, o presidente do parlamento, Roger Torrent, do partido separatista Esquerda Republicana Catalã (ERC), anunciou que se encontrou com membros do quadro do governo local e que haverá uma sessão especial hoje para discutir os próximos passos.
Puigdemont foi preso pela polícia rodoviária alemã enquanto voltava de uma palestra na Finlândia para a Bélgica, onde permanecia exilado.
Ele é considerado persona non grata pelo governo espanhol por sua participação no plebiscito de separação e consequente declaração de independência da Catalunha no ano passado, que garantiu a ele e outros 12 líderes do movimento um julgamento por rebelião — se condenados podem pegar até 30 anos de prisão.
Puigdemont e colegas separatistas negam qualquer irregularidade, dizendo que o referendo os deu autoridade para declarar independência da Espanha. Ele também afirmou que se entregaria às autoridades na Bélgica quando retornasse
A prisão vem dois dias depois de a Espanha ter emitido um mandado de prisão em todo o continente europeu para Puigdemont e outros cinco líderes envolvidos no processo do plebiscito.
É uma tentativa do governo espanhol de um ato decisivo contra o movimento de secessão, depois que cortes espanholas declararam o referendo de 2017 ilegal e que a resposta pesada do governo levou catalães às ruas.
Na segunda-feira, uma corte alemã decidiu que Puigdemont será mantido sob custódia até que cortes superiores decidam sobre a extradição do político.
Um retorno de Puigdemont à Espanha seria o começo do julgamento do político por rebelião, um processo que tem tudo para prolongar ainda mais a disputa territorial na Espanha. Deputados do parlamento catalão já declararam a prisão uma “situação intolerável” e se reúnem para garantir os direitos dos políticos separatistas.