Bangladesh: protestos estudantis começaram pacificamente no início do mês para exigir reformas nas cotas de emprego público (AFP)
Agência de Notícias
Publicado em 21 de julho de 2024 às 09h02.
Última atualização em 21 de julho de 2024 às 09h03.
Mais de 100 pessoas morreram em protestos estudantis em Bangladesh desde o início da violência na última segunda-feira, informaram neste sábado fontes de vários centros hospitalares do país, enquanto está em vigor um forte destacamento de segurança sob o toque de recolher imposto pelo governo.
Dados dos principais hospitais da capital do país indicam que ontem foi o dia mais violento dos protestos, quando morreram 59 pessoas, muitas delas estudantes, segundo um balanço elaborado pela Agência EFE.
Um responsável pela polícia do Hospital Universitário de Daca também disse à EFE que entre os mortos estava um fotógrafo de um jornal local, o que o tornaria o segundo jornalista morto durante a cobertura das manifestações.
O porta-voz da polícia metropolitana de Daca, Faruk Hossain, confirmou que ao menos um policial e um membro paramilitar estavam entre os mortos.
Segundo o mesmo balanço, outras 41 pessoas faleceram na quinta-feira, uma na última quarta-feira, e seis pessoas na terça-feira. As autoridades não forneceram um número de vítimas até agora.
O país está sob toque de recolher obrigatório desde a meia-noite e o governo ordenou o envio do Exército para ajudar a controlar a situação.
Bangladesh também acordou sem comunicações, após os serviços de comunicação fixa e internet terem sido suspensos às 21h (hora local) de quinta-feira, sem terem sido restabelecidos até o momento.
Os protestos estudantis começaram pacificamente no início do mês para exigir reformas nas cotas de emprego público, o que os manifestantes alegam que prejudica sua entrada no mercado de trabalho.
No entanto, tornaram-se violentos na última segunda-feira, quando a primeira-ministra, Sheikh Hasina, rejeitou suas exigências e as mobilizações terem começado a ser duramente reprimidas pela polícia, desencadeando uma espiral de violência que continua.
Estas são as primeiras grandes manifestações que Sheikh Hasina enfrenta desde que em janeiro assumiu o cargo pela quarta vez consecutiva, em uma eleição boicotada pela oposição.