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Após denúncia, Bachelet nega qualquer vínculo com a OAS

A VEJA revelou que o publicitário Duda Mendonça e o ex-presidente da OAS vincularam Bachelet à construtora em delações premiadas da Lava Jato

Bachelet: "Falei sobre o assunto quando fui consultada e então descartamos isso taxativamente", afirmou (Cris Bouroncle/AFP)

Bachelet: "Falei sobre o assunto quando fui consultada e então descartamos isso taxativamente", afirmou (Cris Bouroncle/AFP)

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EFE

Publicado em 1 de fevereiro de 2017 às 17h05.

Santiago do Chile - A presidente do Chile, Michelle Bachelet, negou nesta quarta-feira possuir qualquer vínculo com a construtora OAS, que, segundo reportagem publicada pela revista "Veja", teria contribuído para sua campanha eleitoral em 2013.

"Falei sobre o assunto quando fui consultada e então descartamos isso taxativamente", afirmou Bachelet durante uma entrevista coletiva convocada para informar sobre a situação dos incêndios florestais que afetam sete regiões do país.

A revista VEJA revelou que o publicitário Duda Mendonça e o ex-presidente da OAS, José Aldemario Pinheiro Filho, vincularam Bachelet à construtora em delações premiadas da Lava Jato.

A matéria publicada pela "Veja" também menciona uma visita que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez ao Chile em novembro daquele ano, na qual se reuniu com Bachelet, então candidata à chefia do governo.

"Assinalei e disse um ano atrás, em março de 2016, que toda fonte do financiamento da campanha foi informada e aprovada pela Servel (Serviço Eleitoral)", ressaltou Bachelet.

"Além disso, quero dizer que nunca tive nenhum vínculo com a empresa mencionada", completou a presidente, se comprometendo a colaborar em um eventual processo judicial.

Há pouco mais de um ano, vários casos de financiamento ilegal de campanhas políticas por parte de grandes empresas foram reveladas no Chile. As denúncias envolviam personalidades de todos os setores, apesar de envolver mais políticos da oposição.

A OAS já tinha sido ligada à campanha presidencial de Marco Enríquez-Ominami em 2013, caso que é investigado pela Justiça do Chile, por ter facilitado um avião executivo usado pelo candidato durante a corrida eleitoral.

A investigação está sendo realizada pela promotora Ximena Chong, que se reuniu hoje com a deputada Paulina Núñez, do Partido Renovação Nacional, que pediu que o caso fosse ampliado para também incorporar a campanha de Bachelet.

Na saída do encontro, a parlamentar afirmou que a promotora pediu ao Ministério Público do Brasil informações sobre as delações premiadas de Duda Mendonça e José Aldemario Pinheiro Filho.

Além disso, Ximena também pediu ao Ministério Público para estar presente quando o publicitário e o ex-presidente da OAS prestarem novos depoimentos.

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