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Após críticas de racionamento, Congo introduz nova vacina contra ebola

De acordo com o Médico Sem Fronteiras, agência do Sistema ONU estaria "racionando" a primeira vacina disponível contra a doença no país africano

Vacinação: surto de epidemia no Congo (Baz Ratner/Reuters)

Vacinação: surto de epidemia no Congo (Baz Ratner/Reuters)

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AFP

Publicado em 23 de setembro de 2019 às 16h25.

Última atualização em 23 de setembro de 2019 às 16h25.

As autoridades da República Democrática do Congo vão introduzir em meados de outubro uma segunda vacina contra o ebola, que matou mais de 2.000 pessoas neste país africano.

O anúncio da Organização Mundial da Saúde (OMS), nesta segunda-feira (23), coincide com as críticas da Médicos sem Fronteiras (MSF). De acordo com a ONG, esta agência do Sistema ONU estaria "racionando" a primeira vacina disponível contra a doença no país africano.

"As autoridades de saúde da RDC anunciaram sua intenção de introduzir uma segunda vacina experimental contra o ebola, fabricada pela Johnson & Johnson a partir de meados de outubro", indicou a OMS em um comunicado.

A agência especializada da ONU afirmou que a vacina será aplicada em populações de risco em regiões onde não há transmissão ativa do vírus.

"Ao decidirem implantar a segunda vacina experimental, as autoridades da RDC demonstraram mais uma vez sua liderança e determinação para pôr fim a esta epidemia o quanto antes", destacou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, citado no comunicado.

Declarada em 1º de agosto de 2018, a décima epidemia desta doença no país deixou até agora 2.100 mortos.

Em julho passado, a OMS elevou a ameaça do ebola para o status de "emergência de saúde pública de alcance internacional".

Até então, a RDC havia usado apenas a vacina experimental fabricada pela Merck, considerada "muito eficaz e segura" pela OMS.

Em 22 de julho passado, o ex-ministro congolês da Saúde Oly Ilunga renunciou ao cargo, denunciando tentativas de introduzir uma segunda vacina "por atores que demonstraram uma clara falta de ética".

O ex-ministro foi depois acusado de "malversação" de fundos destinados à luta contra o ebola e posto sob prisão domiciliar em Kinshasa.

Durante a epidemia atual, mais de 223.000 pessoas receberam essa vacina. A medicação continuará a ser aplicada em todas as pessoas com risco elevado de infecção de ebola, incluindo as que estiveram em contato com uma pessoa que tenha sido confirmada como infectada.

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