Venezuelanos reagem a presença de militares na manifestação em Caracas. (Manaure Quintero/Reuters)
EFE
Publicado em 30 de abril de 2019 às 18h07.
Caracas — O chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, afirmou nesta terça-feira, em entrevista por telefone à Agência Efe, que "o país está em total normalidade", apesar de os protestos contra o governo de Nicolás Maduro continuarem em Caracas - assim como confrontos dos manifestantes com forças de segurança - e que "qualquer cenário" é possível nos próximos dias.
"O país está em total normalidade, exceto no bairro de classe média alta de nome Altamira (em Caracas), que foi o foco das manifestações opositoras desde 2002", comentou Arreaza.
Neste sentido, o chanceler destacou que o pronunciamento do líder opositor Juan Guaidó, reconhecido por 50 países como presidente em exercício, aconteceu "em uma pontezinha que está em frente à estrada onde 24 militares e alguns dirigentes da oposição venezuelana mais extrema fizeram uma convocação de golpe de Estado".
"Depois eles foram até o bairro, até a praça principal com alguns militantes", declarou Arreaza, ressaltando que "o território venezuelano está em absoluta paz, com exceção do foco tradicional dos protestos da oposição de Altamira".
Arreaza também afirmou que a grande maioria dos militares "é leal à Constituição bolivariana e, em consequência, ao governo" de Nicolás Maduro.
Além disso, o chanceler comentou que ainda não há relatos de mortes, que, segundo Arreaza, é o que a oposição está buscando com o movimento de hoje.
Para Arreaza, os eventos desta terça-feira são "um capítulo, um roteiro reiterado, repetitivo inclusive, e que sabemos como conduzir esta situação". Ele garantiu que o governo não tomará medidas concretas, mas que "há um sistema de justiça militar, regulamentos militares, e eles (militares rebelados) incorreram em uma série de faltas", razão pela qual "terão que assumir as consequências como qualquer cidadão que viola as leis".
"As manifestações pacíficas na Venezuela estão autorizadas", frisou Arreaza, em referência a possíveis manifestações futuras e antes de fazer um apelo aos opositores para que peçam a seus líderes para que se sentem para negociar com o governo. EFE