Após violar acordo, Equador corta comunicação de Assange com exterior
Ao criticar a decisão britânica de expulsar diplomatas russos, o fundador do WikiLeaks violou combinado de não opinar sobre questões políticas
EFE
Publicado em 28 de março de 2018 às 14h22.
Última atualização em 28 de março de 2018 às 14h40.
Quito - O governo do Equador restringiu o acesso às comunicações do jornalista e fundador de WikiLeaks, Julian Assange , asilado na embaixada equatoriana no Reino Unido desde 2012, por ter violado um acordo com o qual se comprometia a não opinar sobre questões de outros países.
"O governo suspendeu os sistemas que permitem que Julian Assange se comunique com o exterior da embaixada equatoriana em Londres", informou nesta quarta-feira a Secretaria de Comunicação em comunicado de imprensa no qual afirma que a decisão começou a ser aplicada no dia anterior.
As autoridades argumentam que "a medida foi adotada diante do descumprimento por parte de Assange do compromisso escrito que assumiu com o governo em dezembro de 2017, com o qual obrigava-se a não emitir mensagens que representassem uma ingerência em relação a outros Estados".
Depois de sucessivos pedidos por parte da Chancelaria equatoriana, Assange voltou a se manifestar sobre questões políticas que afetam outros países na segunda-feira passada, quando criticou pelo Twitter a decisão do governo britânico de expulsar diplomatas de Moscou em resposta ao envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal.
"Apesar de ser razoável que Theresa May (primeira-ministra britânica) pense que o Estado russo é o primeiro suspeito, até agora as provas são circunstanciais", comentou o ativista.
O governo do Equador adverte que "o comportamento de Assange, com as suas mensagens através das redes sociais, põe em risco as boas relações que o país mantém com o Reino Unido, com os demais Estados da União Europeia e outras nações".