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Após atentado em Nice, Macron reforça segurança nas fronteiras francesas

Decisão foi tomada devido à intensificação da ameaça terrorista após os últimos ataques que atingiram a França

Macron: o número de agentes nas fronteiras passará de 2.400 a 4.800 (Divulgação/Getty Images)

Macron: o número de agentes nas fronteiras passará de 2.400 a 4.800 (Divulgação/Getty Images)

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AFP

Publicado em 5 de novembro de 2020 às 14h48.

Última atualização em 5 de novembro de 2020 às 18h21.

O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nesta quinta-feira que vai duplicar os dispositivos das forças de segurança destacadas nas fronteiras, para enfrentar a ameaça terrorista e a migração ilegal, entre outros.

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A decisão foi tomada "devido à intensificação da ameaça terrorista" após os últimos ataques que atingiram a França, incluindo o perpetrado em Nice (sudeste) na semana passada por um tunisiano que entrou clandestinamente na Europa, disse Macron, que se deslocou para a fronteira com a Espanha.

O número de agentes nas fronteiras passará de 2.400 a 4.800, detalhou o presidente francês na passagem de fronteira entre a cidade francesa de Le Perthus e a cidade espanhola de La Junquera, por onde passam diariamente cerca de 35.000 veículos.

Acompanhado do Ministro do Interior, Gérald Darmanin, e do Secretário de Estado responsável pelas Relações Europeias, Clément Beaune, Macron disse ainda ser "a favor" de uma revisão "profunda" das regras que regem o espaço Schengen de circulação na Europa.

"Apelo a uma refundação de Schengen e a um maior controle" nas fronteiras, disse, acrescentando que faria "propostas iniciais para o Conselho Europeu de dezembro", que reunirá os líderes da UE.

Emmanuel Macron e o chanceler austríaco Sebastian Kurz, cujo país foi atingido por um ataque na segunda-feira, também planejam uma videoconferência no início da próxima semana para discutir a luta europeia contra o terrorismo.

"Intensificar" a luta contra a imigração clandestina

Para Emmanuel Macron, o espaço Schengen deve "articular melhor" os imperativos de responsabilidade em termos de proteção das fronteiras, mas também de "solidariedade". No entanto, observou, "o peso" não deve recair "apenas sobre os países de entrada".

O presidente francês também defendeu a "intensificação" da luta contra a imigração clandestina e as redes de tráfico "que estão cada vez mais ligadas a redes terroristas".

Vários dos ataques recentes que atingiram a Europa revelam deficiências na cooperação europeia, especialmente no que diz respeito aos serviços de informação.

Além do ataque em Nice, Viena foi atingida nesta semana por um ataque de um simpatizante do grupo jihadista Estado Islâmico, que os serviços de inteligência eslovacos haviam denunciado ao governo austríaco, sem que este agisse em conformidade.

Para a França, todos os países europeus são agora alvos potenciais. "A ameaça terrorista é alta e afeta toda a Europa Ocidental", advertiu o ministro do Interior, Gérald Darmanin.

Os 27 países da União Europeia estão a tentar reforçar sua cooperação neste domínio, e mais precisamente no que diz respeito "à posse de armas, ao financiamento do terrorismo, à supressão de conteúdos terroristas na Internet, à informação sobre os passageiros dos voos, os arquivos de Schengen e à troca de informações judiciais com a Europol", disse à AFP o coordenador da inteligência e contra-terrorismo francês Laurent Nunez.

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