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Apoiadores de Evo Morales continuam bloqueando rodovias na região central da Bolívia

Passagens na região de Cochabamba e Santa Cruz estão fechadas desde desde segunda-feira; manifestantes tentam impedir possível prisão de ex-presidente

Bloqueios instalados por seguidores do ex-presidente Evo Morales (2006-2019) nesta segunda-feira em Puente Ichilo, na fronteira entre Santa Cruz e Cochabamba (Bolívia). Os setores sociais ligados ao ex-presidente da Bolívia Evo Morales (2006-2019) instalaram nesta segunda-feira três pontos de bloqueio em estradas do centro do país em defesa do líder do partido governista contra a convocação para depor perante o Ministério Público por um caso de suposto tráfico de pessoas e estupro (Juan Carlos Torrejón/EFE)

Bloqueios instalados por seguidores do ex-presidente Evo Morales (2006-2019) nesta segunda-feira em Puente Ichilo, na fronteira entre Santa Cruz e Cochabamba (Bolívia). Os setores sociais ligados ao ex-presidente da Bolívia Evo Morales (2006-2019) instalaram nesta segunda-feira três pontos de bloqueio em estradas do centro do país em defesa do líder do partido governista contra a convocação para depor perante o Ministério Público por um caso de suposto tráfico de pessoas e estupro (Juan Carlos Torrejón/EFE)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 16 de outubro de 2024 às 06h58.

Última atualização em 16 de outubro de 2024 às 07h01.

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Apoiadores do ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, realizaram na terça-feira um segundo dia de bloqueios de rodovias no centro do país em defesa do político, atualmente líder do partido governista Movimento ao Socialismo (MAS), que é alvo de uma investigação do Ministério Público sobre um caso de tráfico de pessoas e estupro, que ele considera uma perseguição política.

Os bloqueios estão concentrados na região central de Cochabamba, com cinco, um deles na divisa dessa região com Santa Cruz, motor econômico do país.

Um dos locais com o maior número de manifestantes é a cidade de Parotani, onde ontem a polícia impediu que um grupo bloqueasse uma rodovia que é uma das principais rotas de conexão entre o leste e o oeste da Bolívia. No entanto, hoje, manifestantes conseguiram estabelecer o bloqueio com o apoio de mineradores que fizeram a polícia recuar com detonações de dinamite.

Várias pessoas que viajavam de ônibus tiveram que atravessar a rodovia com suas bagagens e malas nas costas, em meio a pedras, terra e pneus usados pelos manifestantes para fazer o bloqueio.

A estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) informou hoje que 300 caminhões-tanque que transportam combustível estão parados em rodovias por causa dos bloqueios.

O protesto foi convocado por setores do governista Movimento ao Socialismo (MAS) leais a Morales, depois que o Ministério Público (MP) boliviano o convocou para depor em um caso no qual ele é investigado por tráfico de pessoas e estupro de uma menor com quem supostamente teve um filho.

Os manifestantes também pedem ao governo do atual presidente, Luis Arce, que resolva problemas como a falta de dólares e combustível e o aumento do custo de alguns alimentos, mas também para exigir o reconhecimento do congresso do partido de 2023, no qual Morales foi nomeado “candidato único” para as eleições gerais de 2025.

O ex-presidente deveria ter prestado depoimento na última quinta-feira à Promotoria da região de Tarija, onde os fatos teriam ocorrido, mas não compareceu, e sua defesa apresentou uma justificativa legal.

A Promotoria anunciou que seria emitido um mandado de condução coercitiva contra Morales para forçá-lo a depor, embora não se saiba se o documento foi de fato emitido.

Morales acusou o governo de seu correligionário Arce de exercer perseguição política contra ele, de querer “tirar dele” a sigla MAS e desqualificar sua anunciada candidatura para as eleições de 2025.

Os grupos que o apoiam exigem o reconhecimento, por parte do governo, do congresso do partido em que Morales foi ratificado como presidente do MAS e nomeado candidato presidencial nas eleições de 2025 e a “retirada dos processos” contra o ex-presidente.

Arce e Morales estão afastados desde o final de 2021 devido a diferenças sobre o governo, a liderança nacional do MAS e a escolha do candidato do partido para as próximas eleições presidenciais.

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