Apesar do número de seguidores, Bin Laden perdia apoio
Segundo o diretor do Instituto de Estudos de Paz paquistanês, Amir Rana, o apoio econômico de Osama aos grupos talibãs diminuiu nos últimos anos
Da Redação
Publicado em 2 de maio de 2011 às 10h18.
Islamabad - Após a queda do regime talibã em Cabul no final de 2001, Osama bin Laden teve de refugiar-se nas áreas tribais do Paquistão, onde o apoio inicial de várias facções locais foi decrescendo com o passar dos anos.
"Apesar de manter sua aura de herói e de servir de inspiração ideológica, para alguns grupos Bin Laden havia se transformado em uma carga pesada e cada vez tinha menos respaldo", disse à Agência Efe o diretor do Instituto de Estudos de Paz paquistanês, Amir Rana.
Bin Laden, membro de uma rica família saudita, aproveitou no princípio seu potencial financeiro para apoiar os grupos insurgentes na convulsa fronteira Afeganistão-Paquistão, postura determinante para que o recebessem de braços abertos.
"Nos últimos anos, o apoio econômico de Bin Laden havia diminuído e possivelmente isso levou o apoio dos grupos talibãs e de outros militantes também decaísse", justificou Rana.
O fundador da Al Qaeda iniciou sua luta no Afeganistão no final dos anos 80 financiando as atividades das milícias opositoras à presença soviética em terras afegãs (1979-1989).
Após ficar cada vez mais crítico à postura de alguns países muçulmanos diante da Guerra do Golfo (1991), o que levou a perda da nacionalidade saudita, Bin Laden tentou orquestrar sua luta contra o Ocidente primeiro a partir da Somália e depois do Sudão.
Por isso, as autoridades americanas já o consideravam responsável por diversos atentados contra seus interesses em várias partes do mundo.
As pressões de Washington sobre o regime sudanês o obrigaram a exilar-se novamente, em 1996 voltou ao Afeganistão, onde então já governavam os talibãs, para ampliar suas atividades e ajudar a criar nesse país um santuário da jihad islamita internacional.
Os eventos de 11 de Setembro de 2001 e a posterior intervenção militar liderada pelos Estados Unidos no Afeganistão obrigaram Bin Laden, primeiro, a refugiar-se nas montanhas próximas à fronteira com o Paquistão e depois a atravessar para o Estado vizinho.
"Nos últimos anos, houve muitas especulações sobre seu paradeiro, mas se sabe que recebeu desde sua chegada ao Paquistão apoio de grupos tribais e facções talibãs", lembrou o analista Rana.
Apesar das recompensas oferecidas pela sua captura, Bin Laden pôde evitar as tentativas das forças paquistanesas e dos serviços secretos ocidentais de seguir seu rastro, bem protegido por uma guarda de seguidores, muitos deles árabes.
"As autoridades paquistanesas, apesar das tensões com Washington, acossaram à Al Qaeda e seus líderes, quem eram vistos quase sempre como uma ameaça", afirma a especialista paquistanesa do Instituto de Estudos Estratégicos de Islamabad, Amina Khan.
A presença ou não de Bin Laden e seus seguidores em solo paquistanês foi sempre, no entanto, um dos principais focos de tensão entre os Governos do Paquistão e dos Estados Unidos, especialmente após a chegada de Barack Obama à Casa Branca.
Em sua primeira visita ao Paquistão como secretária de Estado, em julho passado, Hillary Clinton disse que Bin Laden e o líder dos talibãs afegãos, o mulá Omar, estariam em território paquistanês, o que foi imediatamente desmentido por Islamabad.
Os analistas coincidem em pensar que a Al Qaeda contava com apoio em alguns setores paquistaneses, especialmente nas complexas áreas tribais, mas mais tarde também surgiram brechas entre os talibãs afegãos e os movimentos insurgentes autóctones.
Essa divisão se intensificou com a criação dos talibãs paquistaneses - TTP, sigla em urdu -, cuja agenda seria diferente de seus companheiros afegãos e da própria Al Qaeda, mais preocupada em dar à luta contra os Estados Unidos uma dimensão mais global.
Islamabad - Após a queda do regime talibã em Cabul no final de 2001, Osama bin Laden teve de refugiar-se nas áreas tribais do Paquistão, onde o apoio inicial de várias facções locais foi decrescendo com o passar dos anos.
"Apesar de manter sua aura de herói e de servir de inspiração ideológica, para alguns grupos Bin Laden havia se transformado em uma carga pesada e cada vez tinha menos respaldo", disse à Agência Efe o diretor do Instituto de Estudos de Paz paquistanês, Amir Rana.
Bin Laden, membro de uma rica família saudita, aproveitou no princípio seu potencial financeiro para apoiar os grupos insurgentes na convulsa fronteira Afeganistão-Paquistão, postura determinante para que o recebessem de braços abertos.
"Nos últimos anos, o apoio econômico de Bin Laden havia diminuído e possivelmente isso levou o apoio dos grupos talibãs e de outros militantes também decaísse", justificou Rana.
O fundador da Al Qaeda iniciou sua luta no Afeganistão no final dos anos 80 financiando as atividades das milícias opositoras à presença soviética em terras afegãs (1979-1989).
Após ficar cada vez mais crítico à postura de alguns países muçulmanos diante da Guerra do Golfo (1991), o que levou a perda da nacionalidade saudita, Bin Laden tentou orquestrar sua luta contra o Ocidente primeiro a partir da Somália e depois do Sudão.
Por isso, as autoridades americanas já o consideravam responsável por diversos atentados contra seus interesses em várias partes do mundo.
As pressões de Washington sobre o regime sudanês o obrigaram a exilar-se novamente, em 1996 voltou ao Afeganistão, onde então já governavam os talibãs, para ampliar suas atividades e ajudar a criar nesse país um santuário da jihad islamita internacional.
Os eventos de 11 de Setembro de 2001 e a posterior intervenção militar liderada pelos Estados Unidos no Afeganistão obrigaram Bin Laden, primeiro, a refugiar-se nas montanhas próximas à fronteira com o Paquistão e depois a atravessar para o Estado vizinho.
"Nos últimos anos, houve muitas especulações sobre seu paradeiro, mas se sabe que recebeu desde sua chegada ao Paquistão apoio de grupos tribais e facções talibãs", lembrou o analista Rana.
Apesar das recompensas oferecidas pela sua captura, Bin Laden pôde evitar as tentativas das forças paquistanesas e dos serviços secretos ocidentais de seguir seu rastro, bem protegido por uma guarda de seguidores, muitos deles árabes.
"As autoridades paquistanesas, apesar das tensões com Washington, acossaram à Al Qaeda e seus líderes, quem eram vistos quase sempre como uma ameaça", afirma a especialista paquistanesa do Instituto de Estudos Estratégicos de Islamabad, Amina Khan.
A presença ou não de Bin Laden e seus seguidores em solo paquistanês foi sempre, no entanto, um dos principais focos de tensão entre os Governos do Paquistão e dos Estados Unidos, especialmente após a chegada de Barack Obama à Casa Branca.
Em sua primeira visita ao Paquistão como secretária de Estado, em julho passado, Hillary Clinton disse que Bin Laden e o líder dos talibãs afegãos, o mulá Omar, estariam em território paquistanês, o que foi imediatamente desmentido por Islamabad.
Os analistas coincidem em pensar que a Al Qaeda contava com apoio em alguns setores paquistaneses, especialmente nas complexas áreas tribais, mas mais tarde também surgiram brechas entre os talibãs afegãos e os movimentos insurgentes autóctones.
Essa divisão se intensificou com a criação dos talibãs paquistaneses - TTP, sigla em urdu -, cuja agenda seria diferente de seus companheiros afegãos e da própria Al Qaeda, mais preocupada em dar à luta contra os Estados Unidos uma dimensão mais global.