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Apenas 1 a cada 100 meninas vítimas de abuso sexual busca ajuda

Segundo relatório do Unicef, ao menos 15 milhões de meninas adolescentes de todo o mundo já foram forçadas a fazer sexo

Abuso: na maioria dos casos, o agressor era conhecido da vítima (Christopher Furlon/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 1 de novembro de 2017 às 14h02.

Londres - Ao menos 15 milhões de meninas adolescentes em todo o mundo foram forçadas a fazer sexo, muitas vezes por parceiros, familiares ou amigos, mas apenas uma de cada 100 procurou ajuda, alertou a Organização das Nações Unidas ( ONU ) nesta quarta-feira.

A República dos Camarões mostrou a maior incidência de violência sexual , com uma de cada seis meninas adolescentes sendo vítima de sexo forçado, disse o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em um relatório que examinou dados de mais de 40 países.

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"A ideia de as mulheres estarem à disposição dos homens é uma grande causadora da experiência de violência sexual de meninas", disse a autora do relatório, Claudia Cappa, à Thomson Reuters Foundation.

Na maioria dos casos, o agressor era conhecido da vítima. Atos de violência sexual foram cometidos por maridos, namorados, parentes, amigos e colegas de classe.

O Unicef disse que a violência sexual generalizada contra meninas adolescentes pode prejudicar o progresso global para se atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) -- um plano para acabar com a pobreza e a fome, obter a igualdade de gênero e proteger o planeta até 2030.

O número de garotas obrigadas a fazer sexo provavelmente é muito maior do que 15 milhões, já que muitas relutam em denunciar e faltam dados em muitas nações, segundo o estudo.

Os abusos variam de exploração sexual infantil na indústria turística da República Dominicana a abusos sexuais online nas Filipinas. O relatório também ressaltou projetos para combater a violência, incluindo aulas de defesa pessoal em escolas do Malaui.

Leis melhores para proteger as crianças e mais apoio de serviços sociais são vitais para provocar mudanças, argumentou o Unicef.

"O que tem se mostrado particularmente bem-sucedido é trabalhar com governos para desenvolver planos de ação nacionais que tentam unir setores diferentes, como a educação e o sistema de justiça", disse Cappa.

Instigadas por alegações de abuso sexual contra o produtor de cinema norte-americano Harvey Weinstein, milhões de mulheres e meninas de todo o globo vêm compartilhando suas experiências de assédio e abuso no Facebook e no Twitter com a hashtag #MeToo (EuTambém).

Weinstein, acusado por várias mulheres de incidentes de assédio e abuso sexual iniciados nos anos 1980, nega ter feito sexo não-consensual com qualquer pessoa.

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